Novo governo francês de centro-direita é considerado frágil por Hollande e enfrenta críticas da esquerda e dos movimentos progressistas



O ex-presidente socialista François Hollande, agora atuando como deputado na Assembleia francesa pela Nova Frente Popular de esquerda, fez duras críticas ao novo governo francês de centro-direita liderado pelo premiê Michel Barnier. Hollande classificou o governo como “frágil”, destacando a falta de nomes de peso e apontando a necessidade de censurá-lo.

Segundo o ex-presidente, o governo de Barnier, caracterizado pela presença de políticos linha-dura e reacionários do partido de direita Os Republicanos, representa um retrocesso e remete à “velha França”. Essa visão é compartilhada por diversos cientistas políticos, que apontam a ausência de renovação ideológica.

A imprensa francesa, por sua vez, destaca a guinada à direita do governo Barnier, considerada a mais significativa desde a ascensão de Emmanuel Macron à presidência em 2017. O Courrier International, veículo que repercute as nomeações na imprensa estrangeira, descreve Barnier como o chefe de governo mais frágil das últimas décadas na França.

Com a nomeação de 39 ministros e secretários de Estado, é possível notar a predominância de membros ligados ao partido de Macron, além de representantes de centro e uma parcela da velha guarda da direita. A presença única de uma personalidade de esquerda, o ministro da Justiça, Didier Migaud, desperta questionamentos sobre a diversidade e equilíbrio político do governo.

A chegada de Bruno Retailleau ao Ministério do Interior e de Laurence Garnier como secretária de Estado para Assuntos do Consumidor gera preocupações entre os movimentos progressistas devido ao perfil conservador desses políticos. Além disso, o posicionamento dos sindicatos de professores contra a nomeação de Anne Genetet na Educação realça a falta de experiência da nova ministra nessa área.

A esquerda já planeja apresentar uma moção de censura após a declaração de política geral de Barnier em 1° de outubro. Olivier Faure, do Partido Socialista, confirmou a iniciativa, porém destacou a incerteza em relação ao apoio da extrema direita. O deputado Sébastien Chenu, do partido liderado por Marine Le Pen, manifestou a necessidade de mais informações sobre o projeto da lei orçamentária para 2025 antes de tomar uma posição sobre a moção de destituição do governo.

Diante desse cenário político tenso, a elaboração do orçamento de 2025 emergiu como prioridade para o novo governo. A pasta que reúne Economia, Finanças e Indústria será liderada por Antoine Armand, deputado macronista de 33 anos, destacando-se como um dos primeiros a tomar posse. Barnier demonstra sua atenção ao tema ao colocar o ministro das Contas Públicas, Laurent Saint-Martin, sob sua supervisão direta.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo