Historicamente, Trump já havia feito ameaças aos membros do BRICS, sugerindo penalidades severas se decidissem desenvolver uma moeda própria para desafiar a hegemonia do dólar. No entanto, líderes como o presidente russo Vladimir Putin e o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, ressaltaram que, embora a criação de uma moeda única do bloco seja prematura, negociar em moedas locais é uma estratégia viável e legítima.
As nações do BRICS, que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, têm se mostrado unidas em sua intenção de se distanciar do “americanocentrismo” e buscar um sistema monetário mais multipolar. Mesmo com suas diferentes abordagens em relação aos EUA, a intenção é clara: diminuir a influência do dólar nas transações internacionais.
Analistas, como o especialista japonês Takao Takahara, argumentam que a equipe de Trump, formada por pessoas com uma mentalidade antiga, não está preparada para os desafios multifacetados do atual cenário internacional. Segundo ele, o fortalecimento do BRICS e a desdolarização representariam um dos maiores desafios à superpotência americana, que, embora ainda mantenha um considerável poder militar, tem sua influência econômica em declínio.
Além disso, a movimentação das nações do Sul Global em sua busca por maior autonomia financeira pode levar a mudanças significativas nas dinâmicas globais, Forças políticas emergentes estão moldando um futuro onde a dependência do dólar pode se tornar cada vez menos proeminente. A reputação dos Estados Unidos como líder global está sendo reavaliada à medida que mais nações buscam caminhos alternativos de desenvolvimento econômico e político. O desafio para Trump e sua administração será responder a esse ambiente em evolução, onde a resiliência do dólar é questionada e a busca por novas alianças se intensifica.