Novo filme “Bandida: A Número Um” quebra padrões do favela movie com visual ousado e história de mulher líder do tráfico.

Após o estrondoso sucesso de “Cidade de Deus”, a produção cinematográfica brasileira se deparou com uma nova mina de ouro: o favela movie. Filmes sobre a favela, ambientados na favela, retratando a favela. Dessa onda surgiram diversas produções marcantes, desde “Tropa de Elite” até “Alemão” e obras menos comentadas, como “Pacificado”. No entanto, uma nova estreia promete oferecer não apenas uma abordagem diferente do que estamos acostumados, mas também um visual inovador: “Bandida: A Número Um”.

O filme, que atualmente está em cartaz, é inspirado no livro homônimo de Raquel de Oliveira, uma mulher que ascendeu ao posto de líder do tráfico em um morro carioca após vivenciar diversas situações criminosas na cidade maravilhosa. No longa, Raquel se torna Rebeca e, pelas mãos do cineasta João Wainer, sua história ganha um tom levemente fantasioso, mas que o coloca em um patamar mais interessante em relação aos típicos filmes de favela. Wainer destaca que, apesar das concessões na narrativa, o filme busca apresentar uma perspectiva singular da vida de Rebeca.

O visual de “Bandida” também se destaca por sua ousadia e criatividade, com elementos que vão além do convencional. A inclusão de uma estética granulada e a aposta em experimentações visuais demonstram a busca por uma linguagem cinematográfica diferenciada. O diretor ressalta a importância de arriscar e inovar, preferindo tentar algo novo a se manter no padrão estabelecido.

No entanto, “Bandida: A Número Um” não se limita apenas ao aspecto visual. O filme apresenta uma trama que foge do estereótipo de masculinidade exacerbada presente em obras como “Tropa de Elite”, e se concentra na trajetória de uma mulher que se destacou no universo do crime. A humanização dos personagens, a relação de amor entre Rebeca e Pará e a complexidade das personalidades retratadas conferem profundidade e relevância ao filme.

A atriz Maria Bomani, que interpreta Rebeca, destaca a importância de compreender a complexidade da personagem e seu papel na trama. Após uma breve pausa em sua carreira, ela retorna com uma interpretação convincente que vai além da imagem estereotipada de uma criminosa. A abordagem diferenciada de “Bandida” parece abrir novas possibilidades para os realizadores do favela movie, apontando para uma nova estética e uma visão mais abrangente e humanizada das histórias retratadas.

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