Novo equipamento doméstico combina ECG e medida de pressão arterial para prevenção de problemas cardíacos, alertam especialistas. Tecnologia inovadora no mercado.

Um novo equipamento de uso doméstico que combina o exame de eletrocardiograma (ECG) com a medição da pressão arterial já está disponível no mercado brasileiro. Desenvolvido pela empresa japonesa Omron Healthcare, o dispositivo vem atender a uma recomendação da Sociedade Europeia de Cardiologia, que agora sugere a realização diária do ECG em grupos de risco. Essa inovação tecnológica promete facilitar a detecção e prevenção de problemas cardíacos, mas os especialistas alertam para a importância de um uso consciente desse tipo de equipamento.

De acordo com Audes Feitosa, presidente do departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o diferencial desse aparelho é sua capacidade de realizar tanto o ECG quanto a medição da pressão arterial, possibilitando uma melhor detecção de irregularidades cardiovasculares, como a fibrilação atrial. Esta condição pode levar a complicações graves, como acidente vascular cerebral (AVC), devido à má circulação sanguínea.

Pesquisadores da SBC testaram o equipamento em um estudo que apresentou resultados positivos na identificação da fibrilação atrial, inclusive em pacientes assintomáticos. Durante a pesquisa, 408 indivíduos com 65 anos ou mais foram avaliados, dos quais 13 (3,2%) apresentaram o problema e 120 (29,4%) foram considerados de alto risco. Esses dados ressaltam a importância da detecção precoce dessas condições para prevenir desfechos graves, como o AVC, que resulta na morte de uma média de 307 pessoas por dia no Brasil, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil.

O cardiologista Tan Chen Wu, da Divisão de Arritmias do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, ressalta que o uso desses dispositivos pode contribuir para aumentar o número de pacientes em tratamento e prevenir consequências devastadoras associadas a problemas cardíacos. Além das questões relacionadas à mortalidade, o AVC pode deixar sequelas graves, como déficits cognitivos, paralisia e impactar significativamente na qualidade de vida dos pacientes. Portanto, a introdução desse tipo de tecnologia no dia a dia das pessoas pode representar um avanço significativo na saúde cardiovascular da população.

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