De acordo com Audes Feitosa, presidente do departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o diferencial desse aparelho é sua capacidade de realizar tanto o ECG quanto a medição da pressão arterial, possibilitando uma melhor detecção de irregularidades cardiovasculares, como a fibrilação atrial. Esta condição pode levar a complicações graves, como acidente vascular cerebral (AVC), devido à má circulação sanguínea.
Pesquisadores da SBC testaram o equipamento em um estudo que apresentou resultados positivos na identificação da fibrilação atrial, inclusive em pacientes assintomáticos. Durante a pesquisa, 408 indivíduos com 65 anos ou mais foram avaliados, dos quais 13 (3,2%) apresentaram o problema e 120 (29,4%) foram considerados de alto risco. Esses dados ressaltam a importância da detecção precoce dessas condições para prevenir desfechos graves, como o AVC, que resulta na morte de uma média de 307 pessoas por dia no Brasil, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil.
O cardiologista Tan Chen Wu, da Divisão de Arritmias do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, ressalta que o uso desses dispositivos pode contribuir para aumentar o número de pacientes em tratamento e prevenir consequências devastadoras associadas a problemas cardíacos. Além das questões relacionadas à mortalidade, o AVC pode deixar sequelas graves, como déficits cognitivos, paralisia e impactar significativamente na qualidade de vida dos pacientes. Portanto, a introdução desse tipo de tecnologia no dia a dia das pessoas pode representar um avanço significativo na saúde cardiovascular da população.