O novo vírus, classificado como HKU5, pertence a um subgrupo de merbekovírus, que inclui agentes patogênicos conhecidos, como o vírus responsável pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). Os estudos mostraram que o HKU5 tem a capacidade de se ligar à enzima conversora de angiotensina humana (ACE2), receptor utilizado pelo SARS-CoV-2, o vírus causador da COVID-19, para infectar as células humanas.
Os pesquisadores ressaltaram que os merbekovírus, em geral, têm um elevado potencial de disseminação entre seres humanos, seja por meio de contatos diretos ou via hospedeiros intermediários. No entanto, eles alertaram que, apesar da nova descoberta, a capacidade de infecção do HKU5 é significativamente menor do que a que foi observada durante a pandemia de COVID-19. Assim, o risco de que o novo coronavírus se torne uma preocupação séria à saúde pública não deve ser subestimado, mas também não precisa causar pânico.
Diante dessa nova situação viral, os cientistas enfatizaram a necessidade de um monitoramento disciplinado e eficaz do HKU5, mencionando que a vigilância contínua pode ajudar a mitigar qualquer potencial risco. Essa nova descoberta ocorre em um contexto em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda está estudando a origem do SARS-CoV-2, tendo anteriormente classificado a hipótese de vazamento de laboratório em Wuhan como “altamente improvável”.
Esses avanços científicos refletem a constante vigilância sobre vírus que têm potencial zoonótico, ou seja, que podem ser transmitidos de animais para humanos. A origem e os caminhos de disseminação desse novo coronavírus serão áreas essenciais para investigações futuras, à medida que o mundo busca aprender com os desafios enfrentados durante a pandemia da COVID-19.