Novas Descobertas Sobre a Marcha Autista: Características e Apoios Necessários na Evolução do Comportamento e Movimento

O autismo, uma condição de neurodesenvolvimento que impacta o funcionamento cerebral, altera a forma como indivíduos se comportam, se comunicam e interagem socialmente. Recentemente, a identificação de uma “marcha estranha” como um dos sinais de autismo foi incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, reforçando a importância das diferenças motoras como parte do quadro clínico dessa condição.

As características mais marcantes da marcha em pessoas autistas incluem andar sobre as pontas dos pés, com os pés voltados para dentro ou para fora. Pesquisas revelaram que também há diferenças sutis, como a tendência de andar mais devagar, dar passos mais largos e passar mais tempo em uma fase de “postura” ao caminhar, o que resulta em uma variabilidade considerável no comprimento e na velocidade das passadas.

Essas distinções na marcha são frequentemente acompanhadas por outras questões motoras, como dificuldades de equilíbrio, coordenação e a escrita. O desenvolvimento do cérebro, especialmente em áreas como os gânglios basais e o cerebelo, desempenha um papel crucial nessas diferenças. Os gânglios basais são essenciais para a coordenação dos movimentos, enquanto o cerebelo ajusta as ações motoras com base em informações sensoriais, garantindo que a movimentação seja fluida e controlada.

Embora pesquisas anteriores tenham sugerido que a marcha autista poderia se originar de atrasos no desenvolvimento, evidências atuais indicam que essas diferenças persistem ao longo da vida e podem se acentuar com o tempo. Além disso, a marcha autista se relaciona com uma variedade de habilidades motoras, cognitivas e linguísticas, onde indivíduos que necessitam de um suporte maior podem apresentar particularidades mais marcantes.

Em relação à gestão dessas diferenças, uma abordagem individualizada é fundamental. Não é necessário tratar todas as variáveis de maneira uniforme; apenas aquelas que impactam a vida cotidiana do indivíduo. Assim, problemas como quedas frequentes, dificuldades em participar de atividades físicas ou consequências físicas, como tensões musculares, podem demandar intervenções adequadas.

Programas que promovem oportunidades de movimento durante o dia escolar, como o “Joy of Moving”, têm mostrado resultados positivos na melhoria das habilidades motoras de crianças autistas. Tais iniciativas propiciam um ambiente onde as crianças podem desenvolver suas capacidades de forma mais natural e em interação com os colegas.

O campo ainda busca compreender melhor a variabilidade individual nas marchas e descobrir as melhores abordagens para apoiar esses estilos de movimento, especialmente durante o desenvolvimento infantil. Evidências crescentes indicam que a atividade física tem um efeito benéfico sobre as habilidades sociais e a regulação comportamental em crianças autistas. Portanto, é animador que haja um movimento crescente em direção a mais suporte comunitário para esses indivíduos, promovendo ambientes mais inclusivos e adaptados às suas necessidades.

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