O Fórum Alagoano em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), juntamente com diversas entidades e movimentos sociais, emitiu uma nota de repúdio veemente à Braskem, empresa controlada pelo grupo Novonor (anteriormente conhecida como Odebrecht), e à suposta conivência da Prefeitura de Maceió no que é descrito como o “maior crime socioambiental em área urbana do mundo”. Tal acusação surge no contexto do desastre provocado pelo afundamento do solo em cinco bairros de Maceió, resultado das atividades de mineração da multinacional.
De acordo com a denúncia, aproximadamente 60 mil pessoas foram forçadas a se deslocar de suas residências, criando um cenário de “cidade fantasma paralela” e alterando drasticamente a geografia e a mobilidade urbana de Maceió. Além disso, relatos alarmantes de problemas de saúde mental entre as vítimas, incluindo casos de depressão, síndrome do pânico e, inclusive, suicídios, ilustram a gravidade do impacto dessa situação.
Na nota divulgada, o Fórum Alagoano em Defesa do SUS critica duramente a resposta tardia e insuficiente das autoridades. Apesar de sinais de abalos sísmicos terem sido detectados desde 2018, somente em 2019 os estudos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) revelaram a extensão do dano ambiental causado pela Braskem, que, segundo a denúncia, continuou a negar sua responsabilidade. Além disso, o Fórum condena a inação da Prefeitura de Maceió e a resposta violenta da polícia durante o processo emergencial de realocação dos moradores das áreas afetadas.
As entidades também questionam a aplicação do valor de R$ 1,7 bilhão recebido pela Prefeitura de Maceió em julho de 2023, como parte de um acordo com a Braskem para compensação pelo afundamento do solo. A falta de transparência e controle sobre o uso desses recursos públicos é uma preocupação central levantada na nota.
A nota conclui com um apelo por respostas e ações reparadoras justas para os afetados, além de exigir a punição à Braskem por suas atividades mineradoras consideradas criminosas. O documento é um testemunho da indignação e luta contínua por justiça ambiental e social em Maceió, representa o posicionamento conjunto das entidades e movimentos sociais que defendem a causa.
No entanto, as autoridades responsáveis pela gestão da situação não se manifestaram publicamente sobre as acusações e denúncias levantadas pelo Fórum Alagoano em Defesa do SUS. A gravidade do cenário descrito na nota exige uma resposta imediata e efetiva para enfrentar os impactos desastrosos desse crime socioambiental que afeta diretamente a população de Maceió.
É necessário que as autoridades públicas assumam a responsabilidade e tomem as medidas cabíveis para sanar essa crise de proporções catastróficas. A população maceioense não pode continuar sofrendo as consequências desse crime impunemente. A cobrança por respostas e soluções justas é legítima, e a sociedade espera um posicionamento firme por parte das autoridades competentes para garantir a segurança e o bem-estar da população afetada por esse desastre causado pela negligência e irresponsabilidade da empresa Braskem e de órgãos do poder público.