Nomeação de filho de secretário afastado gera polêmica e reacende debates sobre influência política na Seagri após investigação por lavagem de dinheiro.

A recente nomeação de Gustavo Pontes de Miranda Oliveira Filho como superintendente de Pesca e Aquicultura na Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri) gerou polêmica e reacendeu questionamentos sobre os laços familiares e influências políticas que permeiam a administração estadual. A publicação oficial ocorreu no Diário Oficial em 5 de novembro, por meio do Decreto nº 105.210, que estabelece a função como de provimento em comissão, classificada na categoria SUP-2 do Serviço Civil do Poder Executivo.

Gustavo Pontes é filho de um secretário afastado, figura que ocupa um cargo importante no governo de Paulo Dantas, e além de sua nova função, é proprietário de uma pousada de alto padrão localizada em Porto de Pedras, avaliada em impressionantes R$ 5,7 milhões. Esse empreendimento, no entanto, se tornou alvo de investigação na Operação Estádio IV, da Polícia Federal, que investiga a possível utilização do local para atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro. Os desdobramentos dessa operação, que apura desvios no Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas, foram divulgados recentemente, levantando ainda mais interrogações sobre a conexão entre os negócios e o setor público.

A nomeação de Gustavo Filho para um cargo estratégico na Seagri não passa despercebida, especialmente num contexto onde seu pai, Gustavo Pontes, é conhecido por sua proximidade com o governador. Essa relação familiar e a posição elevada dentro da administração desencadearam debates acalorados nos bastidores, onde se questiona a extensão da influência do grupo na máquina pública.

A Seagri, sob a gestão de Isnaldo Bulhões – também aliado do governador e cunhado do secretário afastado da Saúde – é uma pasta sensível que lida com recursos e políticas que impactam diretamente a atividade pesqueira e a aquicultura do estado. Diante desse cenário, muitos observadores questionam se a escolha de Gustavo Filho representa uma continuidade ou uma ampliação da influência familiar dentro do governo, alimentando assim um clima de desconfiança sobre a transparência das nomeações e a ética na administração pública.

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