Uma ferramenta lançada em agosto deste ano pelo Departamento Intersindical de Atividade Parlamentar (Diap) aponta o posicionamento de todos os integrantes do Congresso Nacional nas principais votações ocorridas na atual legislatura. Na página “Quem Foi Quem no Congresso Nacional”, o eleitor tem acesso ao voto de cada parlamentar nas matérias que interferiram diretamente no cotidiano de trabalhadores e aposentados brasileiros.
De acordo com o levantamento do Diap, nos primeiros quatro anos de seu mandato como senador, o candidato ao Governo de Alagoas, Rodrigo Cunha (União), registrou uma média de 80% de seus votos contrários aos interesses de servidores públicos, aposentados e pensionistas.
Em 2019, Rodrigo Cunha foi o único senador alagoano a votar a favor da Reforma da Previdência. Entre outras crueldades, a reforma reduziu os valores dos benefícios dos contribuintes do INSS e dos servidores federais, endureceu o acesso para aposentadorias e pensões dos trabalhadores, viúvas e dependentes, reduziu o valor do benefício e aumentou o tempo de contribuição para trabalhadores em atividades insalubres e diminuiu o valor do benefício para quem se aposenta por invalidez.
Em março de 2021, Cunha também votou a favor da Proposta de Emenda Constitucional que estabeleceu novas regras para o teto de gastos do Governo, em 2021. A PEC 186 estabeleceu medidas de controle das despesas obrigatórias permanentes do Governo Federal sempre que a relação entre essas despesas e as receitas da União atingirem 95%. Com isso, para manter suas despesas, a União pode determinar o corte de gastos públicos sociais, o congelamento dos salários de servidores, a suspensão de concursos e a redução de investimentos.
Em dezembro de 2021, outro posicionamento de Rodrigo Cunha atingiu em cheio dos direitos dos trabalhadores. Assim como Fernando Collor de Mello (PTB), também candidato ao Governo de Alagoas, Cunha votou a favor da PEC dos Precatórios, a chamada PEC do Calote. A decisão do Congresso adiou o pagamento de precatórios – dívidas da União já reconhecidas pela Justiça – para aposentados, pensionistas, servidores públicos, estados e municípios, sob justificativa de ampliação do Auxílio Brasil, às vésperas das eleições de 2022.
Os recursos, no entanto, foram usados para ampliar as Emendas do Relator, que deram origem ao “orçamento secreto” operado pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP), principal apoiador da campanha de Cunha ao Governo.
Outro voto do senador que causou estranheza foi quanto à chamada Lei das Fake News. Apesar de se dizer vítima de notícias falsas com grande frequência, em 2020, Rodrigo Cunha votou contra a criação da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, com normas para as redes sociais e serviços de mensagem como WhatsApp e Telegram.
A lei coibia a criação de contas falsas e uso de robôs nas redes sociais, facilitava o rastreamento do envio de mensagens em massa e garantia a exclusão imediata de conteúdos considerados racistas ou que ameacem crianças e adolescentes, por exemplo.