Além disso, o presidente venezuelano apresentou um novo mapa do país, incluindo o território do Essequibo, e determinou que esta versão seja publicada e divulgada em escolas e universidades em território venezuelano. Maduro também ordenou à estatal petrolífera PDVSA que conceda licenças para a exploração de recursos naturais na região do Essequibo, onde Georgetown já autorizou a operação de empresas de petróleo, tanto estrangeiras quanto locais. Ele instruiu ainda a criação da “divisão PDVSA-Essequibo” e a concessão imediata de licenças operacionais para a exploração de petróleo, gás e minerais em toda a área.
O anúncio de Maduro ocorre após um referendo consultivo no qual mais de 10,4 milhões de pessoas participaram, metade do eleitorado venezuelano. Mais de 95% dos votantes concordaram que o Essequibo deve se tornar uma província da Venezuela. As medidas do governo de Maduro fazem parte de uma série de anúncios feitos após o referendo, no qual buscou o apoio popular para seu pleito sobre a região disputada.
A decisão da Guiana, em outubro passado, de autorizar a exploração petrolífera de suas costas por empresas como a ExxonMobil e TotalEnergy levou ao protesto da Venezuela, que considera a área como “águas pendentes de delimitação”. Em resposta, Maduro convocou o referendo e agora pretende exercer o “poder” concedido pelo povo para a criação da província da Guiana Essequiba.
Por sua vez, o governo da Guiana afirmou que está “vigilante” em relação às medidas tomadas pela Venezuela e seu procurador-geral, Anil Nandlall, declarou que irá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas se a situação se agravar. Caracas argumenta que o território em questão faz parte da Venezuela de acordo com o Rio Essequibo, que considera a fronteira natural com a Guiana. A Venezuela também apela ao Acordo de Genebra, assinado em 1966, que estabeleceu as bases para uma solução negociada. Por outro lado, a Guiana defende a sentença arbitral de 1899 e pede que seja ratificada pelo Tribunal Internacional de Justiça, cuja jurisdição Caracas não reconhece.