Netanyahu demite ministro da Defesa em Israel em meio a críticas internas e influência dos EUA na decisão.

Nesta terça-feira (5), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, surpreendeu o país ao demitir o ministro da Defesa, Yoav Gallant, após meses de discussões sobre as guerras em Gaza e no Líbano, bem como questões políticas internas. Netanyahu alegou ter perdido a confiança em Gallant, o que motivou a decisão.

Durante o anúncio da demissão, o primeiro-ministro declarou: “No meio de uma guerra, mais do que nunca, é necessária total confiança entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa. Infelizmente, embora nos primeiros meses da campanha houvesse muita confiança e um trabalho muito frutífero, durante os últimos meses essa confiança rachou entre mim e o ministro da defesa.”

A demissão de Gallant gerou uma onda de críticas em Israel, que já se encontrava dividido em relação às políticas internas e à condução das guerras em Gaza e no Líbano, assim como ao conflito mais amplo com o Irã. Além disso, a medida ocorreu em meio a prisões relacionadas a uma investigação sobre vazamento de documentos confidenciais de Defesa para a imprensa.

Benny Gantz, ex-ministro da Defesa de Israel, classificou a demissão de Gallant como uma movimentação “política às custas da segurança nacional.” O líder da oposição parlamentar, Yair Lapid, convocou os israelenses a protestarem contra a decisão.

A demissão de Gallant parece estar ligada ao contexto político internacional, já que ocorreu no dia da eleição nos Estados Unidos. Segundo o especialista Ori Goldberg, Netanyahu teria agido nesse momento para evitar que contatos nos EUA exercessem pressão sobre o governo israelense.

Para substituir Gallant, Netanyahu escolheu Israel Katz, então ministro das Relações Exteriores do país. No entanto, Goldberg enfatiza que essa troca foi essencialmente política e que Katz não traz consigo grandes diferenciais em relação ao seu antecessor. A análise sugere que Netanyahu buscava alguém leal e sem uma base de poder independente, para assegurar seu controle sobre o Ministério da Defesa.

Sair da versão mobile