A justificativa apresentada por Netanyahu para a exoneração de Gallant foi uma “perda de confiança”, afirmando que a unidade entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa é crucial, especialmente em tempos de guerra. Contudo, a demissão não ocorreu sem resistência. Benny Gantz, ex-ministro da Defesa, criticou abertamente a ação de Netanyahu, rotulando-a de “política que compromete a segurança nacional”. O líder da oposição, Yair Lapid, também se manifestou, convocando a população a protestar contra a decisão.
O momento da demissão gerou especulações, especialmente pelo fato de ter acontecido no dia das importantes eleições nos Estados Unidos. Analisando a situação, especialistas sugerem que Netanyahu buscou evitar a pressão dos contatos americanos, uma vez que as autoridades dos EUA estariam focadas nas eleições e menos inclinadas a intervir diretamente nas questões internas israelenses.
O novo ministro da Defesa, Israel Katz, que anteriormente ocupava o cargo de ministro das Relações Exteriores, é visto como uma escolha que reflete uma estratégia política de Netanyahu. Críticos argumentam que Katz não possui a mesma influência ou capacidade de Gallant e que sua lealdade ao primeiro-ministro é o que mais o qualifica para o cargo. Observadores políticos afirmam que Netanyahu busca um ministro que não represente uma ameaça à sua posição e que não possua uma base de poder independente.
Ao demitir Gallant, Netanyahu demonstra não apenas sua intenção de consolidar o poder, mas também de controlar as narrativas e decisões em um momento crítico para o Estado de Israel. A troca iminente nas funções de liderança militar poderá ter implicações significativas para a segurança e a política externa do país, especialmente enquanto o conflito continua a se intensificar nas regiões vizinhas. A postura de Katz como um “sim, senhor” pode sinalizar um alinhamento ainda mais forte com a estratégia de Netanyahu, potencialmente moldando o futuro das relações entre Israel e suas potências aliadas.