Em uma entrevista concedida à CBS News, Netanyahu alinhou-se com a mensagem do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que havia afirmado anteriormente que o desarmamento do Hamas seria uma medida inevitável se o grupo não tomasse a iniciativa. “Acho que você ouviu o presidente [Trump]: ‘É melhor você fazer isso’. Como posso falar por ele? Ou o inferno se instalará”, disse Netanyahu, enfatizando a pressão sobre os militantes.
Apesar da linguagem beligerante, o primeiro-ministro expressou sua preferência por uma solução pacífica. Ele salientou que, para evitar o uso da força, é essencial que o Hamas entregue suas armas e que haja garantias de que não existam fábricas de armamentos em Gaza. “Isso é desmilitarização”, afirmou Netanyahu, reiterando a necessidade de uma abordagem que favoreça a segurança de Israel.
O acordo que vincula Tel Aviv e o Hamas envolve a liberação de mais de 1,9 mil palestinos por parte de Israel, sendo que 1.718 destes foram detidos nos últimos dois anos sem qualquer acusação formal. Esse dado alarmante reflete uma prática que tem gerado críticas internacionais e preocupações sobre direitos humanos.
Em troca, o Hamas e outras facções de Gaza concordaram em liberar os últimos 251 reféns que foram capturados durante os ataques de 7 de outubro de 2023. Dentre os 48 reféns restantes, 20 ainda estão vivos, enquanto os demais foram liberados em acordos anteriores de cessar-fogo, que também resultaram na soltura de um total de 1.240 prisioneiros palestinos. O cenário permanece complexo e volátil, com a possibilidade de novos desdobramentos a qualquer momento, enquanto as conversas sobre desarmamento e libertação continuam a dominar a agenda política na região.