O primeiro-ministro israelense argumenta que as ações e palavras de Macron têm alimentado um clima hostil que afeta a comunidade judaica francesa. A carta menciona incidentes preocupantes, como ataques a judeus em Paris e vandalismo contra instituições judaicas, sugerindo que esses episódios não são isolados, mas sim parte de uma tendência alarmante. “Esses eventos representam uma praga”, afirmou Netanyahu, que pediu ações concretas do governo francês antes do Ano Novo Judaico, marcado para o final de setembro de 2025.
O discurso de Macron, que sinalizou um forte apoio ao reconhecimento da Palestina em setembro durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, foi interpretado por Netanyahu como uma forma de recompensa ao Hamas, um grupo que ele acusa de promover o terror e a intimidação contra os judeus. Intenções de Macron, segundo Netanyahu, estão encorajando aqueles que ameaçam a segurança da comunidade judaica na França e em toda a Europa.
A resposta do Palácio do Eliseu foi firme, classificando as afirmações de Netanyahu como “errôneas e repugnantes”. Em um comunicado, o governo francês reiterou seu compromisso em proteger a comunidade judaica do país e pediu seriedade e responsabilidade nas discussões sobre esses temas complexos.
Macron, que já se comprometeu a liderar conferências internacionais para abordar a questão da Palestina, encontrou eco em outros países. Canadá, Austrália e Nova Zelândia manifestaram apoio ao reconhecimento do Estado Palestino, refletindo uma tendência crescente de reconhecimento internacional.
O contexto mais amplo envolve os esforços de paz que se intensificaram na região, com mediadores do Egito e do Catar tentando negociar uma trégua entre Israel e o Hamas. No entanto, a política de Israel permanece rígida quanto à exigência de libertação total dos reféns, e a guerra entre Israel e o Hamas já se estende por 22 meses, deixando um rastro de destruição e tristeza, particularmente em Gaza, onde os bombardeios continuam.
Diante de tais incertezas, a relação entre Israel e França entra em um território cada vez mais tenso, com repercussões que podem afetar não apenas a política externa dos dois países, mas também a estabilidade de toda a região.