Neoliberalismo e abandono de princípios: A queda da esquerda europeia diante das políticas de Bruxelas e dos EUA, segundo especialista.



A relação entre partidos de esquerda europeus e o estabelecimento do estado de bem-estar social após a Segunda Guerra Mundial tem sido questionada nos últimos tempos. Um especialista aponta que muitos desses partidos têm se curvado ao establishment de Bruxelas e às políticas dos Estados Unidos, o que tem levado a uma mudança significativa na política européia.

A adoção de políticas neoliberais pela esquerda europeia tem causado a extinção ou a irrelevância eleitoral de partidos que antes eram fundamentais para a defesa dos interesses dos trabalhadores e do estabelecimento de leis em favor da classe trabalhadora. Muitos desses partidos, herdeiros diretos dos socialismos e comunismos do século XX, estão enfrentando um declínio em sua representatividade política.

O surgimento de figuras eurocéticas em diversos países do bloco tem chamado a atenção, como é o caso de políticos como Roberto Fico na Eslováquia e Giorgia Meloni na Itália. Além disso, líderes como Gert Wildeers na Holanda e Marine Le Pen na França têm ganhado destaque e obtido ganhos eleitorais significativos.

Uma pesquisa recente mostrou que o partido Reform de Nigel Farage seria o maior no Reino Unido se as eleições fossem realizadas hoje, uma indicação do crescente apoio a figuras políticas que defendem a saída do país da União Europeia. Farage, um dos propulsores do Brexit, tem conquistado eleitores principalmente entre as classes trabalhadoras e os jovens, tradicionalmente eleitores do Partido Trabalhista.

A ascensão e queda da esquerda europeia estão diretamente ligadas à assinatura do Tratado de Maastricht, que deu origem à União Europeia e estabeleceu regras de governança que favorecem o neoliberalismo em detrimento dos direitos sociais dos trabalhadores. A falta de democracia e a submissão aos interesses dos países centrais e dos Estados Unidos têm contribuído para o declínio da esquerda no continente.

Em resumo, a mudança de postura dos partidos de esquerda europeus em direção a políticas neoliberais e a submissão aos interesses externos têm sido apontadas como um dos motivos para o declínio dessas forças políticas no continente. A falta de uma alternativa viável e a predominância do neoliberalismo nas políticas da União Europeia têm limitado a capacidade dos partidos de esquerda de se manterem relevantes e representativos para a população.

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