Essa decisão não é mera questão logística; reflete uma realidade geopolítica tensa. O aumento das hostilidades entre o Irã e Israel, somado às alegações de lealdade dos houthis ao chamado Eixo da Resistência, faz com que a segurança no mar Vermelho seja uma preocupação crescente para os países ocidentais. O comandante grego Vasileios Gryparis, que lidera a missão de segurança da União Europeia na região, advertiu sobre a adaptação constante das táticas da milícia iemenita, que agora consegue estender suas ações ofensivas a áreas mais distantes, incluindo o Mediterrâneo e o Oceano Índico.
Para contextualizar, a Operação Aspides da União Europeia tem sido significativamente menos intensa em termos de operação militar em comparação com a Operação Prosperity Guardian, conduzida pelos Estados Unidos e Reino Unido. Enquanto a primeira tem enfrentado dificuldades para abater drones e navios houthis, os ataques da milícia contra forças da coalizão liderada pelos EUA resultaram na destruição de múltiplos drones e quase atingiram navios de guerra americanos.
Os houthis, que têm intensificado suas atividades durante o atual conflito em Gaza, apresentaram um novo desafio ao cenário marítimo global. Com a adição de novos drones aéreos e submarinos, sua capacidade de afetar rotas comerciais estratégicas adquire um aspecto alarmante. Think tanks de segurança em Washington alertam que, quanto mais se prolongar a crise no Oriente Médio, maior será a capacidade dos houthis de minar as abordagens no mar Vermelho, transformando a situação em um conflito mais abrangente que poderia evocar as tensões da Guerra Irã-Iraque. A situação demanda uma análise cuidadosa e uma resposta assertiva por parte das potências ocidentais, que se veem diante de um novo cenário de insegurança marítima.