No estado de Alagoas, por exemplo, aproximadamente 50 famílias dos bairros Vergel, Reginaldo e Vila Emater reuniram-se no supermercado Mix Matheus da Serraria a partir das 10 horas da manhã. A ação visava protestar contra o lucro significativo do Grupo Mateus, que registrou um crescimento de 20,9% em seu lucro líquido apenas no terceiro trimestre de 2024, alcançando a marca impressionante de R$ 379,2 milhões.
A ocupação traz à tona uma disparidade alarmante: enquanto grandes redes supermercadistas acumulam riqueza, dados revelam que cerca de 8 milhões de famílias no Brasil ainda vivenciam a fome, com 37 milhões vivendo em insegurança alimentar. Ademais, há um desperdício anual de 127 milhões de toneladas de alimentos por essas redes, um contraste gritante em um país onde a fome ainda é uma realidade para muitos.
Jardel Wandson, coordenador do MLB, defendeu que “a luta do MLB é para que o alimento seja um direito e não uma mercadoria para enriquecer meia-dúzia de capitalistas”. A ação do movimento visa, portanto, destacar a necessidade urgente de iniciativas que priorizem o acesso igualitário aos alimentos, tratando-os como um direito essencial, e não como um privilégio. Esta mobilização serve como um lembrete contundente do papel importante que a sociedade civil desempenha na busca por justiça social e econômica em um contexto de profundas desigualdades.