A região montanhosa de Nagorno-Karabakh está localizada dentro das fronteiras internacionais do Azerbaijão, mas os armênios anunciaram sua secessão no momento da desintegração da União Soviética. Desde então, os separatistas enfrentaram o governo azerbaijano em duas guerras, a primeira de 1988 a 1994 e a segunda em 2020, onde perderam vários territórios.
Na semana passada, o Azerbaijão lançou uma ofensiva militar relâmpago que forçou a rendição dos armênios em apenas 24 horas. Surpreendentemente, os soldados russos de manutenção da paz que estavam mobilizados na região não intervieram. A Armênia, que sempre apoiou o território, também não prestou assistência militar desta vez, o que levou à reintegração efetiva de Nagorno-Karabakh ao Azerbaijão.
Segundo o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, nos próximos dias não haverá armênios em Nagorno-Karabakh, já que mais de 65 mil moradores da região fugiram do enclave. Pashinyan acusou o Azerbaijão de realizar uma limpeza étnica e pediu uma ação da comunidade internacional. No entanto, a Rússia se manifestou dizendo que não havia risco de limpeza étnica na região e que os armênios não tinham motivos para deixar a região.
A crise humanitária é uma das principais preocupações nessa situação. As autoridades armênias registraram a chegada de mais de 65 mil pessoas deslocadas à força, o que representa mais da metade da população do enclave. Até o momento, o governo armênio conseguiu abrigar apenas 2.850 pessoas, o que sinaliza uma crise iminente.
Além disso, a explosão em um depósito de combustíveis tomado pelos moradores de Nagorno-Karabakh na noite de segunda-feira deixou mais de 100 pessoas desaparecidas, além de 68 mortos e 290 feridos. As autoridades azerbaijanas prenderam o empresário Ruben Vardanyan, ex-governante separatista armênio do enclave, quando ele tentava entrar na Armênia.
Enquanto isso, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, prometeu que os direitos dos armênios no enclave serão respeitados e apontou que os moradores podem decidir permanecer em Nagorno-Karabakh.
Essa crise tem gerado preocupação mundial, já que a comunidade internacional assiste de forma inerte aos ataques aos armênios em Nagorno-Karabakh. A situação também levanta questões sobre os direitos humanos e a segurança dos civis na região. É necessário que a comunidade internacional tome uma ação efetiva para garantir a paz e a estabilidade nessa área do Cáucaso.