Nagorno-Karabakh anuncia dissolução da república separatista em 2024 após vitória militar do Azerbaijão e fuga da população

O governo armênio de Nagorno-Karabakh anunciou nesta quinta-feira, em um decreto emitido por Samvel Shajramanyan, o governante do enclave, a dissolução da república separatista em janeiro de 2024. Essa decisão ocorre uma semana depois da vitória militar do Azerbaijão, que resultou na fuga de mais da metade da população da região.

A região montanhosa de Nagorno-Karabakh está localizada dentro das fronteiras internacionais do Azerbaijão, mas os armênios anunciaram sua secessão no momento da desintegração da União Soviética. Desde então, os separatistas enfrentaram o governo azerbaijano em duas guerras, a primeira de 1988 a 1994 e a segunda em 2020, onde perderam vários territórios.

Na semana passada, o Azerbaijão lançou uma ofensiva militar relâmpago que forçou a rendição dos armênios em apenas 24 horas. Surpreendentemente, os soldados russos de manutenção da paz que estavam mobilizados na região não intervieram. A Armênia, que sempre apoiou o território, também não prestou assistência militar desta vez, o que levou à reintegração efetiva de Nagorno-Karabakh ao Azerbaijão.

Segundo o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, nos próximos dias não haverá armênios em Nagorno-Karabakh, já que mais de 65 mil moradores da região fugiram do enclave. Pashinyan acusou o Azerbaijão de realizar uma limpeza étnica e pediu uma ação da comunidade internacional. No entanto, a Rússia se manifestou dizendo que não havia risco de limpeza étnica na região e que os armênios não tinham motivos para deixar a região.

A crise humanitária é uma das principais preocupações nessa situação. As autoridades armênias registraram a chegada de mais de 65 mil pessoas deslocadas à força, o que representa mais da metade da população do enclave. Até o momento, o governo armênio conseguiu abrigar apenas 2.850 pessoas, o que sinaliza uma crise iminente.

Além disso, a explosão em um depósito de combustíveis tomado pelos moradores de Nagorno-Karabakh na noite de segunda-feira deixou mais de 100 pessoas desaparecidas, além de 68 mortos e 290 feridos. As autoridades azerbaijanas prenderam o empresário Ruben Vardanyan, ex-governante separatista armênio do enclave, quando ele tentava entrar na Armênia.

Enquanto isso, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, prometeu que os direitos dos armênios no enclave serão respeitados e apontou que os moradores podem decidir permanecer em Nagorno-Karabakh.

Essa crise tem gerado preocupação mundial, já que a comunidade internacional assiste de forma inerte aos ataques aos armênios em Nagorno-Karabakh. A situação também levanta questões sobre os direitos humanos e a segurança dos civis na região. É necessário que a comunidade internacional tome uma ação efetiva para garantir a paz e a estabilidade nessa área do Cáucaso.

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