Durante dez dias de discussões, a CIJ ouviu argumentos de algumas das economias mais robustas do mundo, que se mostraram inflexíveis ao debate sobre a necessidade de responsabilização legal por suas emissões. O posicionamento dessas nações contrasta fortemente com o sofrimento das pequenas nações insulares e das comunidades que já enfrentam as consequências devastadoras das alterações climáticas, como a elevação do nível do mar, desastres naturais mais frequentes e intensos, e eventos climáticos extremos.
Pratt, que ocupa o cargo de secretária-geral adjunta da Organização dos Estados da África, Caribe e Pacífico, ressaltou que a dependência dos tratados climáticos tradicionais não é mais suficiente para enfrentar a crise climática que se avizinha. Sua declaração elucida a frustração das nações que, apesar de contribuírem minimamente para a crise, sofrem as consequências em maior escala.
O cenário ressalta a divisão entre as nações que, em números absolutos, são responsáveis pela maior parte das emissões de gases poluentes e aquelas que, mesmo com emissões mínimas, pagam um preço elevado em termos de impactos climáticos. Isso faz com que a chamada por uma maior justiça climática e um compromisso efetivo dos países poluidores se torne cada vez mais urgente.
A CIJ, como instância judicial internacional, surge como um potencial agente transformador, mas o resultado das audiências levanta questões sobre sua capacidade de influenciar mudanças significativas em políticas climáticas globais. As expectativas agora recaem sobre como as nações se mobilizarão para enfrentar essa crise, levando em consideração não apenas as obrigações legais, mas também a moralidade de suas ações frente ao futuro do planeta.