NA UTI – Disputa política, dívidas milionárias e suspeitas de desvio marcam gestão do Veredas

Relatórios recentes apontam para uma crise financeira sem precedentes no Hospital Veredas, com sinais do envolvimento do deputado Arthur Lira em sua administração conturbada. O agravamento dos problemas coincide com a gestão do Progressistas (PP) no Ministério da Saúde, comandada por aliados de Lira. Nos últimos sete anos, o hospital recebeu mais de R$ 1 bilhão em recursos públicos, oriundos de esferas federal, estadual, municipal e emendas parlamentares, mas acumulou uma dívida de cerca de R$ 150 milhões com trabalhadores e fornecedores.

A crise ganhou força após Arthur Lira demitir o então presidente Edgard Antunes, aliado do senador Renan Calheiros, em uma disputa política que travou a gestão da entidade. A briga entre os dois grupos paralisou parte das atividades do hospital, prejudicando centenas de trabalhadores e milhares de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar da gravidade, o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público Estadual, Defensorias Públicas e outros órgãos de fiscalização permanecem inertes diante da sangria de recursos públicos. Investigações conduzidas pela Revista Piauí e pela Agência Pública revelam que o hospital investiu milhões de reais em contratos com escritórios de advocacia para renegociar dívidas, sem sucesso. As suspeitas apontam para possíveis desvios de recursos mediante repasses milionários a bancas jurídicas de renome.

Diante da escalada da crise, o MPF solicitou à Justiça Federal a intervenção no Hospital Veredas, com afastamento da atual diretoria e auditoria detalhada das contas desde 2017, ano em que Arthur Lira e seu pai, Benedito de Lira, assumiram influência direta sobre a entidade. A medida é vista como essencial para desvendar o que está por trás da gestão do hospital filantrópico e conter o desperdício de recursos públicos. Enquanto isso, trabalhadores e pacientes continuam a arcar com o peso de uma administração que transformou o Veredas em um “poço sem fundo” financeiro.

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