Myriam Scotti Revela a Complexidade da Amazônia em Nova Coletânea de Contos “Sol Abrasador Prepara Solo Fértil”

A Amazônia, mais do que uma simples paisagem exuberante, é um espaço repleto de histórias silenciadas, contradições e, acima de tudo, resistência. Essa complexidade é explorada pela escritora e crítica literária Myriam Scotti em sua nova coletânea de contos, intitulada “Sol abrasador prepara solo fértil”. Com previsão de lançamento para 2025, a obra, que marca a estreia de Scotti na forma literária, se insere na coleção da Editora Orlando e promete provocar reflexões profundas sobre a vida na região amazônica.

Com uma linguagem que oscila entre o poético e o prosaico, a autora desenha um mosaico de vozes que representam a pluralidade da Amazônia. Seus personagens vão de seringueiros a moradores das periferias urbanas, todos unidos por suas batalhas cotidianas diante de um ambiente que é, ao mesmo tempo, deslumbrante e hostil. O prefácio da obra é assinado pela renomada jornalista e escritora Bianca Santana, cuja presença enriquece ainda mais o lançamento.

A estreia de Scotti no gênero é respaldada por uma trajetória literária robusta. Ela é uma vencedora do Prêmio Manaus de Literatura e suas obras já foram selecionadas por programas relevantes, como o PNLD. A escritora dialoga com autores consagrados, como João Ubaldo Ribeiro e Milton Hatoum, mas traz um olhar genuinamente interiorano para suas narrativas: “Manaus não é apenas um cenário; é uma presença que molda desejos e frustrações”, esclarece Scotti.

A autora enfatiza que sua intenção não é romantizar a floresta ou reduzir seus habitantes a meras vítimas de um sistema opressor. Em contos como “Terra Prometida” e “O Soldado da Borracha”, ela aborda as feridas abertas por séculos de exploração, destacando a força e a resiliência dos que habitam a Amazônia. “O Direito me ensinou a enxergar estruturas de poder, enquanto a Literatura me deu as ferramentas para humanizá-las”, reflete.

Segundo Thaís Campolina, que assina o texto de orelha, as personagens da obra não são simples migrantes, mas mulheres e homens que vivem o dilema de estar, deixar ou retornar a Manaus, cada um enfrentando suas particularidades dependendo de gênero, classe e época. Ao lutar contra as desigualdades, essas figuras se tornam ícones de resistência e esperança, desafiando a narrativa tradicional que frequentemente pinta a Amazônia como um espaço exótico e distante.

Myriam Scotti, nascida em Manaus em 1981, é uma voz que precisa ser ouvida. Sua trajetória, que começou na infância e se solidificou ao longo dos anos, resulta em uma produção literária que merece atenção. Assim, “Sol abrasador prepara solo fértil” não é apenas uma coletânea de contos; é uma contribuição significativa às letras brasileiras, refletindo a complexidade e a diversidade da vida na Amazônia.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo