De acordo com um relatório de uma organização sem fins lucrativos dedicada ao combate à desinformação, as alegações falsas e enganosas relacionadas à eleição americana, proferidas por Musk, acumularam impressionantes 2 bilhões de visualizações na plataforma apenas neste ano. Especialistas enfatizam que a X teve um papel central na disseminação de informações imprecisas sobre estados que são cruciais para a definição do resultado eleitoral, uma preocupação que se intensifica à medida que a data das eleições se aproxima.
O atual cenário é agravado pela abordagem de Musk em relação à moderação de conteúdo desde que assumiu a empresa. Ele implementou restrições a essa moderação e promoveu demissões em massa, o que levantou dúvidas sobre a eficácia da plataforma em controlar a proliferação de conteúdos falsos. Embora a X tenha introduzido um recurso chamado Community Notes, que permite aos usuários adicionar contextos e corrigir informações enganosas, especialistas afirmam que esse mecanismo é insuficiente para lidar com a velocidade com que a desinformação se espalha.
A professora Kathleen Carley, especialista em desinformação na Carnegie Mellon University, destaca que o “efeito de rede” resultante das publicações de Musk é um fator crucial a ser considerado. Com uma base de seguidores que ultrapassa 203 milhões, suas postagens podem rapidamente ser replicadas em outras mídias sociais e plataformas de comunicação, amplificando ainda mais o alcance da informação enganosa.
A situação é exemplificada por um incidente recente em que um vídeo falso, alegando mostrar cédulas de votação pelo correio sendo destruídas, se espalhou rapidamente na X, contribuindo para aumentar a desconfiança em relação à integridade do processo eleitoral. Priorizar a contenção dessa desinformação será um desafio significativo para a plataforma e para aqueles que buscam garantir um debate político saudável e fundamentado nos fatos na véspera da eleição.