O aumento na frequência de dias extremamente quentes é evidente ao comparar as médias das décadas de 1970 e de 2020-2024. A média de dias com temperaturas acima de 35 graus Celsius saltou de 4,9 ao ano para 26,6, colocando milhões de crianças em situações de maior exposição ao calor intenso. Além disso, as ondas de calor também estão se intensificando, com 31,5 milhões de crianças enfrentando duas vezes mais episódios do que seus antecessores.
Essa realidade tem impactos diretos na saúde e no bem-estar das crianças, tornando-as mais vulneráveis a doenças e complicações devido ao estresse térmico causado pelo calor excessivo. O UNICEF ressalta a importância de os gestores municipais estarem preparados para lidar com os desafios das mudanças climáticas, especialmente no que se refere às necessidades específicas de meninas e meninos.
Danilo Moura, Especialista em Mudanças Climáticas do UNICEF no Brasil, enfatizou a necessidade de os candidatos e candidatas às prefeituras se comprometerem a implementar ações que visem enfrentar e adaptar as cidades aos efeitos das mudanças climáticas. Além da resiliência climática, a organização também destaca a importância de priorizar a proteção das crianças contra a violência, garantir a educação, saúde e nutrição adequadas, e considerar as necessidades dos mais vulneráveis ao planejar políticas públicas.
No contexto atual, em que as crianças estão sofrendo os impactos de eventos climáticos extremos com maior intensidade, é fundamental que os futuros líderes municipais estejam preparados para agir em prol do bem-estar infantojuvenil. O UNICEF reforça a mensagem de que a proteção dos direitos das crianças e adolescentes deve ser uma prioridade na agenda política de todos os municípios.