No entanto, esse aumento significativo levantou dúvidas sobre a confiabilidade dos dados do Censo e da atual estimativa. A própria correção da população de 2022, estimada em 210,9 milhões, ressalta a precariedade dos resultados do levantamento demográfico. Diante dessa situação, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) destacou a necessidade de realizar uma nova contagem populacional em 2025 para esclarecer as crescentes dúvidas sobre a qualidade dos dados.
É importante ressaltar que o tamanho da população é um critério essencial na distribuição de recursos para os municípios, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e diversos programas federais. Essas transferências de recursos são fundamentais para que as prefeituras possam oferecer serviços e assistência à população em diversas áreas da gestão local.
A análise da CNM sobre a nova estimativa revelou que, das cidades brasileiras, apenas 3,4% perderam população, enquanto 96,4% registraram aumento e em sete casos a população permaneceu estável em comparação com o Censo anterior. No que diz respeito ao FPM, que é a principal fonte de receita para muitos municípios, algumas cidades podem ter mudanças nos coeficientes de repasse, o que pode afetar as finanças locais.
Diante dos atrasos e intercorrências que marcaram o Censo Demográfico de 2022, a contagem populacional se mostra como uma alternativa viável para atualizar as estimativas populacionais dos municípios. No entanto, a falta de estrutura e recursos para realizar esses levantamentos tem sido uma questão que compromete a precisão dos dados.
Assim, a CNM ressalta que a responsabilidade pelos erros não recai sobre o IBGE, mas sim sobre a falta de investimentos e apoio do Governo Federal e do Congresso Nacional para viabilizar um levantamento preciso da população em 2025. A entidade defende a importância de garantir um censo confiável que reflita a realidade do país e possibilite a formulação de políticas públicas mais eficazes.
Por Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.