MUNICIPIOS – Mais de R$238 milhões de cofinanciamento para Política de Assistência Social não repassados aos Municípios comprometem qualidade dos serviços.

Mais de R$ 238 milhões destinados ao cofinanciamento federal da Política de Assistência Social ainda não foram repassados aos Municípios, conforme levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). De acordo com os dados, até o momento, apenas R$ 953 milhões foram repassados, o que representa 80% do total de R$ 1,1 bilhão. A não liberação integral desses recursos compromete a continuidade dos serviços essenciais oferecidos à população.

A equipe técnica da CNM acompanha de perto o cumprimento do acordo firmado em relação ao repasse desses recursos. O não cumprimento integral ou parcial dessa obrigação desrespeita o pacto federativo, impactando diretamente nas políticas assistenciais dos Municípios e prejudicando a qualidade e a abrangência dos serviços oferecidos. Outra consequência grave é o agravamento das desigualdades sociais e a dificuldade de acesso da parcela mais vulnerável da população aos programas de proteção social.

Entre os motivos apontados para a não transferência total do cofinanciamento socioassistencial por parte do governo estão as medidas de ajuste fiscal, como a Emenda Constitucional 95/2016, que estabelece o teto de gastos, e a Portaria 2.362/2019 do Sistema Único de Assistência Social (Suas), que define critérios para o repasse federal aos Municípios com menor índice de pagamento em seus fundos de assistência social.

A CNM ressalta a importância da Política de Assistência Social na garantia dos direitos da população, integrando questões de seguridade social, saúde e previdência. O objetivo é oferecer atendimento tanto para áreas urbanas quanto rurais, além da prestação de benefícios e serviços conforme previsto na Constituição Federal. Os recursos destinados a esses programas e serviços são de caráter contínuo e devem seguir os princípios da Lei Orgânica da Assistência Social.

A tabela apresentada revela os valores repassados em 2024, o valor correto de repasse e a demanda reprimida para programas como CRAS, CREAS e abrigos. A discrepância entre os valores repassados e os ideais evidencia a necessidade de uma atuação mais efetiva na garantia desses recursos para o pleno funcionamento dos serviços de assistência social no país.

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