MUNICIPIOS – Falta de vacinas no Brasil preocupa os Municípios: busca por imunizantes se estende até 2025, alerta CNM.

No Dia Nacional da Vacinação, celebrado em 17 de outubro, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) fez um alerta sobre a situação preocupante de desabastecimento de imunizantes em Municípios de todo o Brasil. Segundo uma pesquisa divulgada pela entidade em setembro, seis em cada dez cidades estão enfrentando escassez de vacinas, especialmente as destinadas às crianças. O levantamento, realizado entre os dias 2 e 11 de setembro, com 2.415 Municípios, apontou para a falta de imunizantes na rede pública de saúde.

O Ministério da Saúde, responsável pela aquisição e distribuição de todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, admitiu a ausência de vacinas em muitos Municípios e atribuiu os problemas enfrentados à fabricação, logística e demanda. Em resposta aos pedidos de providências para resolver a escassez, o Ministério informou que está buscando alternativas de aquisição, principalmente por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). No entanto, alguns imunizantes não terão regularização do estoque antes de 2025, enquanto outros ainda não possuem previsão.

A CNM continuará acompanhando a situação em contato com os gestores locais para reavaliar o cenário. O presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, ressaltou a importância da vacinação como uma das principais políticas de saúde do país e expressou a preocupação com a falta de vacinas no Programa Nacional de Imunização. Além disso, Ziulkoski mencionou o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, celebrado no dia 24 de outubro, destacando que a pesquisa da CNM revelou a falta da vacina contra a doença em diversos Municípios, um cenário que aumenta o risco de reintrodução de doenças já eliminadas.

Outro estudo divulgado pela CNM no início do ano mostrou uma redução significativa nas metas de cobertura vacinal de rotina, com queda de 17,6% na média de cobertura de todas as vacinas analisadas entre 2014 e 2023. Essa diminuição nas coberturas vacinais é apontada como um dos fatores determinantes para o ressurgimento de casos de sarampo no Brasil a partir de 2018. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, tem registrado uma cobertura abaixo da meta desde 2017, com o pior desempenho em 2021.

Diante desse cenário preocupante, a CNM enfatiza a importância da vacinação como uma forma de prevenção de doenças e alerta para a necessidade de ações urgentes para garantir a disponibilidade de imunizantes em todo o país. A falta de vacinas coloca em risco não apenas a saúde da população, mas também o progresso alcançado na erradicação de diversas doenças ao longo dos anos.

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