Buarque constatou a escassez desses profissionais, cuja presença é, em grande parte, limitada aos grandes centros urbanos, com o Nordeste apresentando uma situação ainda mais crítica devido à migração de pediatras para a saúde suplementar. Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 47 mil pediatras, mas muitos dos municípios enfrentam sérias dificuldades para atraí-los e retê-los. As questões que dificultam essa fixação incluem a remuneração, a carga horária e a infraestrutura disponível, além do histórico subfinanciamento do setor de saúde pública.
Ele afirmou que, embora a legislação exija um investimento mínimo de 15% da receita corrente líquida em saúde, muitos municípios ultrapassam esse patamar, com algumas cidades alagoanas chegando a investir até 27% na Atenção Primária. Contudo, a falta de pediatras persiste, especialmente em localidades de menor porte.
Buarque também mencionou a necessidade de qualificação e formação contínua para os pediatras, destacando iniciativas que visam melhorar essa situação, como o projeto piloto da Cidade Residência Pediátrica, que está sendo desenvolvido no Ceará. Esse projeto tem como objetivo a formação de mais especialistas. Além disso, o governo federal anunciou a ampliação de bolsas de estudo e o lançamento de um Cadastro Nacional de Especialistas, que visa mapear o número e a distribuição dos pediatras, buscando aliviar as carências existentes nas diversas especialidades médicas, incluindo a pediatria.
