MUNICIPIOS –

CNM e Receita Federal Debatem Parcelamento de Débitos Previdenciários para Evitar Comprometimento de Receita nos Municípios

Na tarde de sexta-feira, 7 de novembro, representantes da Confederação Nacional de Municípios (CNM) se reuniram com membros da Receita Federal do Brasil (RFB) para discutir o parcelamento excepcional de débitos previdenciários enfrentados pelos Municípios. A CNM levantou preocupações sobre a interpretação das normas referentes ao limite de comprometimento da Receita Corrente Líquida (RCL) estabelecido pela Emenda Constitucional 136/2025.

A entidade alertou que a aplicação simultânea das disposições normativas vigentes pode fazer com que diversas prefeituras se vejam obrigadas a destinar até 2% de sua receita mensal para resolver dívidas previdenciárias, um percentual que dobra o limite falado na Constituição. O regime de parcelamento excepcional é regido pela Instrução Normativa RFB 2.283/2025, que permite o fracionamento de débitos em até 300 parcelas, e pela Portaria PGFN 2.212/2025, que regula as dívidas ativas dos Municípios em relação à União.

A CNM identificou um potencial conflito jurídico: se as regras da PGFN e da RFB forem aplicadas simultaneamente, as prefeituras podem acabar comprometendo cumulativamente 2% da RCL mensalmente. A confederação defende que a EC 136/2025 deve ser interpretada de forma a limitar esse comprometimento a 1% da RCL, preservando a saúde financeira dos Municípios e evitando desequilíbrios orçamentários.

Os efeitos práticos dessa situação, conforme indicado pela CNM, incluem o risco de comprometimento do fluxo de caixa municipal, o que impacta diretamente em áreas essenciais como saúde, educação e investimentos. Além disso, tal situação pode expor os gestores a questionamentos jurídicos e administrativos, caso optem por caminhos que ultrapassem os limites constitucionais. A necessidade de ajustes imediatos nas contas e orçamentos dos Municípios que já iniciaram ou estão considerando o parcelamento foi enfatizada.

A Receita Federal reconheceu a relevância das preocupações apresentadas e prometeu retornar com uma resposta em breve. Durante a reunião, a CNM foi representada pelo especialista em Previdência, Mário Rattes.

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