MUNICIPIOS – Câmara de Chã Preta aprova lei que reconhece Mocambos como Patrimônios Históricos e Culturais, celebrando resistência e ancestralidade local com forte apoio comunitário.

Em uma significativa demonstração de apreço pela história e ancestralidade, a Câmara de Vereadores de Chã Preta, em Alagoas, aprovou recentemente o Projeto de Lei nº 08/2025, que reconhece os antigos Mocambos de Osenga, Velho Palmares e Andalaquituche como Patrimônio Histórico Material e Imaterial do município. A votação, realizada na última quarta-feira, dia 22, contou com a unanimidade dos vereadores, refletindo a relevância que esses assentamentos de resistência histórica possuem para a cultura local e para a historiografia alagoana.

Com origens que remontam a 1645, os Mocambos estão intrinsecamente ligados ao Quilombo dos Palmares, o mais emblemático quilombo da história colonial brasileira. O reconhecimento formal desses locais, com 380 anos de história, representa um marco para a valorização da identidade chã-pretense. Desde a autoria da proposta, o vereador e jornalista Ari Vasconcelos destacou a robustez da documentação que fundamenta o reconhecimento, recorrendo a registros históricos e obras de renomados especialistas.

O advogado e pesquisador Olegário Venceslau, que tem se dedicado ao estudo do Mocambo de Osenga, celebrou a aprovação da lei, qualificando-a como um “momento histórico”. Olegário ressaltou a importância da sensibilização dos legisladores sobre a relevância histórica e cultural desses assentamentos, que serviram de base para o Quilombo dos Palmares e são fundamentais para a compreensão da resistência negra no Brasil.

Agora, com a aprovação na Câmara, o projeto avança para sanção do Poder Executivo Municipal. A expectativa é que o prefeito Maurício Holanda promova a lei, o que poderá abrir caminho para novas iniciativas de preservação e educação patrimonial. Assim, gerações futuras poderão conhecer e valorizar a rica herança cultural dos mocambos de Chã Preta, contribuindo para um turismo histórico-cultural que celebre suas raízes e resistência. A história desses locais, agora oficialmente reconhecida, é um rico patrimônio a ser valorizado e transmitido às futuras gerações.

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