MUNICIPIOS – Brasil registra queda na cobertura vacinal contra a poliomielite nos últimos anos, alerta Confederação Nacional de Municípios (CNM)

No Brasil, há 25 anos, a poliomielite foi eliminada, uma conquista que é comemorada todos os anos em outubro. Essa doença, também conhecida como paralisia infantil, é contagiosa e aguda, sendo causada pelo poliovírus transmitido por meio oral-fecal – a infecção ocorre pelo contato com a saliva ou fezes de pessoas infectadas. No entanto, mesmo com essa conquista, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) chama a atenção para a queda na cobertura vacinal nos últimos 10 anos, lembrando do Dia Mundial de Combate à Poliomielite, ocorrido no dia 24 de outubro.

Os especialistas destacam que a erradicação da doença só foi possível graças à ampla imunização por meio da vacina oral contra a pólio (VOP). Isso reforça a importância de alcançar novamente uma cobertura vacinal em torno de 95% e manter o status de país livre da poliomielite. No entanto, esse objetivo só será alcançado com a atuação conjunta do poder público federal, estadual e municipal.

De acordo com as explicações médicas, o vírus entra no organismo pela garganta ou intestino e se multiplica ao atingir a corrente sanguínea, podendo chegar ao cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, causa a destruição dos neurônios motores e resulta em paralisia flácida em um dos membros inferiores. Se as células dos centros nervosos responsáveis pelo controle dos músculos respiratórios e da deglutição forem infectadas, a doença pode ser fatal. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com maior frequência entre 7 e 14 dias.

Em geral, a infecção não apresenta sintomas, e eles surgem conforme a gravidade da infecção. Nas formas não paralíticas, os sinais mais comuns são febre, mal-estar, dores de cabeça, garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Na forma paralítica, além dos sintomas citados anteriormente, há também a ocorrência de fraqueza muscular que afeta, em geral, um dos membros inferiores. Por isso, é recomendada a vacinação de todas as crianças com menos de cinco anos.

A falta de saneamento básico e de medidas adequadas de higiene são as principais causas de transmissão do vírus da poliomielite. Essa condição é agravada pela má qualidade da água utilizada para consumo de alimentos e pela negligência com hábitos saudáveis de higiene, como lavar as mãos, beber apenas água tratada e verificar a limpeza dos utensílios de mesa e cozinha antes de usá-los.

Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite no Brasil consiste em três doses da vacina injetável aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de duas doses de reforço com a vacina oral bivalente (gotinha). Para conscientizar sobre a importância da vacinação e das medidas preventivas simples, a CNM recomenda aos gestores locais a realização de ações nesse sentido. Um estudo realizado pela entidade revelou que a cobertura vacinal no país tem diminuído desde 2019, chegando a 71% em 2021 e 77% em 2022.

É importante ressaltar que a informação contida neste texto foi baseada em informações divulgadas pelo Ministério da Saúde e da Agência Câmara e que a poliomielite é uma doença grave que pode ser evitada por meio da imunização adequada.

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