Outro aspecto que merece destaque são os dados sobre estupros, que alcançaram o maior índice dos últimos cinco anos, com 83.114 casos registrados, o que representa uma média de 227 vítimas diárias, sendo 86% do sexo feminino. A análise estadual desse panorama revela disparidades, com algumas regiões apresentando índices alarmantes e outras demonstrando quedas significativas.
Os dados também indicam que a maioria dos casos de violência ocorre dentro de residências. Apesar das tentativas de avanços legislativos e da conscientização social, as estatísticas mostram que as estratégias atuais ainda são insuficientes para enfrentar o problema de forma eficaz. Com a recente aprovação da Lei 14.899/2024, que exige Planos de Enfrentamento à Violência contra a Mulher por Estados e Municípios, espera-se que metas e prazos façam parte do combate a essas violações de direitos. No entanto, o desafio persiste diante da falta de recursos e da limitação das políticas públicas, que ainda privilegiam apenas Municípios com mais de 50 mil habitantes.
Nesse cenário, movimentos sociais e entidades, como o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), têm reforçado a necessidade de um olhar mais atento e a implementação de políticas eficazes para proteger as mulheres, destacando que cerca de 70% dos Municípios brasileiros têm menos de 20 mil habitantes. Durante a recente Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, um grande banco vermelho foi instalado como símbolo da luta pela redução do feminicídio, servindo como um lembrete constante da urgência dessa causa social.