A COP16, que reúne 196 países, é uma plataforma crucial para discutir estratégias de conservação e regeneração dos ecossistemas, alinhada com o Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal, acordado em 2022. Durante o evento, as nações participantes focarão em temas como a preservação da diversidade biológica, o uso sustentável de seus recursos e a justa distribuição dos benefícios provenientes desses recursos.
A startup Nosso Mangue, liderada por uma mulher alagoana, foca no reflorestamento e regeneração de manguezais, cruciais para a vida marinha. Sob sua gestão, já foram plantadas mais de 15 mil mudas, além da remoção de mais de meia tonelada de resíduos dos mangues do Pontal da Barra, em Maceió. O projeto também se dedica ao ecoturismo e à educação ambiental, capacitando comunidades ribeirinhas na proteção de seus habitats. Essas ações estão em linha com as metas globais de conservação e os princípios da bioeconomia, prioridade para a indústria nacional.
Mayris Nascimento, a mente por trás do Nosso Mangue, enxerga a COP16 como uma oportunidade única para dar visibilidade ao seu trabalho em Alagoas. “Representar o estado na COP16 é colocar a riqueza e o compromisso dos nossos manguezais no cenário internacional, mostrando que desenvolvimento econômico e conservação ambiental podem andar juntos”, afirma ela.
No evento, a startup participará de discussões essenciais sobre financiamento de conservação, distribuição de benefícios dos recursos genéticos e monitoramento das metas de biodiversidade. Para Julia Pupe, analista da CNI, a escolha da startup exemplifica a importância de soluções locais na superação de desafios globais, promovendo a presença de Alagoas nos debates internacionais sobre sustentabilidade.
Na COP16, a CNI apresentará documentos estratégicos como “Visão da Indústria para a COP16 de Biodiversidade” e “Integração da Biodiversidade aos Negócios”, fornecendo diretrizes para o setor. Após o encontro, pretende-se criar materiais e estudos para capacitar a indústria em biodiversidade, fortalecendo o diálogo com stakeholders globais para compartilhar inovações e práticas.
Cristina Suruagy Nogueira, do Senai Alagoas, destaca o papel do HUB em apoiar startups que mesclam tecnologia e sustentabilidade. “Nosso foco está na transformação digital e sustentabilidade, oferecendo consultoria e desenvolvimento de soluções digitais”, expõe ela.
A colaboração com entidades como a Maceió Investe reforça o compromisso do Nosso Mangue. Mariane Silveira, dessa organização, enfatiza que investir em ativos estratégicos é crucial para o crescimento sustentável de Maceió. A perspectiva é que o meio ambiente seja um ativo fundamental na promoção da inovação e economia verde na região.
Assim, através da COP16, o Nosso Mangue, aliado à indústria alagoana e aos seus apoiadores, busca demonstrar que o desenvolvimento sustentável é um caminho eficaz para conservar ecossistemas vitais e fortalecer a economia verde de Alagoas.