Mulher no Texas é presa por ameaçar juíza afro-americana em caso envolvendo o ex-presidente Trump.

Uma texana foi indiciada por ameaçar matar a juíza federal Tanya S. Chutkan, de 61 anos, encarregada de supervisionar em Washington o processo contra o ex-presidente Donald Trump referente à acusação de conspirar para reverter o resultado da eleição de 2020, vencida pelo democrata Joe Biden, que agora busca a reeleição. A mulher foi detida na noite de quarta-feira por supostamente fazer ameaças de morte com insultos racistas contra Chutkan, que é negra.

O caso ocorre em meio a um contexto no qual Trump está sendo acusado pela quarta vez por tentar interferir nos resultados eleitorais, desta vez na Geórgia. Ameaças de morte contra autoridades que investigam o ex-presidente têm se tornado uma rotina nos Estados Unidos.

A juíza Chutkan ganhou destaque por impor penas severas ao presidir quase 30 julgamentos de apoiadores de Trump que participaram da invasão do Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021. A invasão foi motivada pelas declarações falsas de Trump de que a eleição havia sido fraudada.

No dia 5 de agosto, Abigail Jo Shry deixou uma mensagem telefônica com ameaças contra a juíza em seu escritório em Washington. A mulher de 43 anos, moradora do Texas, chamou Chutkan de “escrava negra estúpida” e fez ameaças de morte. No documento apresentado ao tribunal federal, a acusada afirmou que a juíza estava na mira e que ela e sua família seriam mortas caso Trump não fosse eleito em 2024.

A mulher também mencionou a deputada democrata negra Sheila Jackson Lee e ameaçou matar qualquer pessoa que agisse contra Trump. Por conta das ameaças, Shry não terá a possibilidade de ser solta sob fiança e ficará detida por, pelo menos, 30 dias.

Apesar de admitir a ligação, a acusada afirmou que não tinha planos de ir a Washington ou a Houston, área representada pela juíza. No entanto, ela destacou que caso Sheila Jackson Lee fosse para Alvin, então todos precisariam se preocupar.

Trump, favorito entre os republicanos para disputar a eleição presidencial de 2024, enfrenta quatro processos judiciais. O ex-presidente tem um histórico de ataques verbais contra juízes e outras pessoas envolvidas em processos criminais contra ele.

No final da semana passada, a juíza Chutkan alertou Trump de que tomaria medidas para garantir a integridade do processo. No entanto, o ex-presidente criticou Chutkan em sua rede social, a chamado de “altamente partidária” e “muito tendenciosa e injusta”.

Os promotores que pressionam por julgamentos rápidos e a equipe de defesa de Trump que tenta atrasar sua ida ao tribunal até depois da eleição do próximo ano estão levando a uma série de decisões polêmicas em casos altamente politizados. Essa disputa acontece em uma temporada eleitoral atípica, na qual provavelmente haverá vários julgamentos envolvendo o candidato republicano.

Sair da versão mobile