A escolha do local de seu descanso final reflete a filosofia de vida que sempre pautou Mujica: uma busca pela essência do ser humano que vai além das posses materiais. Para ele, Manuela não era apenas um animal de estimação, mas um símbolo de lealdade e do estilo de vida que abraçou. Com apenas três patas, devido a um acidente, a cadela desafiava as adversidades e acompanhou o ex-presidente em diversas aparições públicas, tornando-se um ícone da simplicidade e do bem-estar que ele defendia.
A decisão de ser enterrado junto a ela também estabelece um laço emocional profundo, reafirmando a autenticidade de sua existência. Mujica, conhecido por sua retórica anti-consumista e de valorização do ser humano, sempre se distanciou da ostentação. Sua popularidade e carisma cativaram não apenas os cidadãos uruguaios, mas também a comunidade internacional, atraindo atenções e admiração.
Várias vezes, o ex-presidente expressou sua crença de que um mundo mais justo e humanizado é possível, e sua forma de vida sempre foi um reflexo desta convicção. Ele viveu em uma pequena casa e se vestia de maneira simples, rejeitando luxos que muitos políticos ao redor do mundo costumam abraçar. Sua história de vida é um testemunho de que a verdadeira felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples.
O legado deixado por Mujica é uma lembrança poderosa da importância do vínculo com os seres que amamos e dos valores que cultivamos ao longo da vida. Ele partiu em harmonia com suas crenças, cercado pela natureza que tanto valorizava, ao lado de um dos seres que mais amava, Manuela. Esta união simboliza a essência de sua vida: dedicação, amor e, sobretudo, simplicidade.