A decisão de incluir um número expressivo de empresas brasileiras foi facilitada por uma mudança de regra recente que permite a inclusão de empresas brasileiras listadas no exterior. Entre as mais notáveis inclusões no índice de mercados emergentes da MSCI está o Nubank, posicionando-se como uma das três maiores adições na última revisão.
“A Nu Holdings (Brasil), Huaneng Lancang River Hydropower (China) e Adnoc Drilling Company (Emirados Árabes Unidos) são as três maiores adições ao MSCI Emerging Markets Index, medidas pela capitalização de mercado total das empresas”, informou a MSCI em comunicado ao mercado.
Cabe lembrar que a Adnoc Drilling Company, uma petroleira de Abu Dhabi, esteve recentemente nas manchetes devido às negociações frustradas para adquirir a participação da Novonor na Braskem. A deterioração das condições das antigas minas de sal-gema da Braskem em Maceió foi o principal fator que inviabilizou o acordo.
O aumento no número de empresas brasileiras no MSCI Brazil promete fortalecer a posição do país no índice de mercados emergentes. Em julho, a participação do Brasil havia subido para 4,32%, após um período de quedas consecutivas que reduziram a fatia brasileira para 4,25% em junho, a segunda menor desde janeiro de 2000. Segundo o Bank of America, a inclusão de empresas brasileiras listadas no exterior pode elevar essa participação para 4,7%. No entanto, essa porcentagem ainda está distante do pico histórico de 17%, registrado quando o Brasil possuía grau de investimento.
Além das mudanças no MSCI Brazil, a revisão de agosto também trouxe alterações significativas para outros países. Na Índia, sete empresas foram adicionadas e uma excluída do índice, enquanto a China viu duas novas inclusões, mas, por outro lado, impressionantes 60 exclusões.
Essas mudanças certamente impactarão o peso dos países emergentes no índice MSCI Emerging Markets, com uma atenção especial à crescente participação do Brasil. “Havia uma discussão se a Índia eventualmente ultrapassaria a China em termos de peso na próxima revisão,” afirmou David Beker, chefe de Economia para o Brasil e Estratégia para América Latina do Bank of America, em uma entrevista recente.
A revisão de agosto, portanto, não apenas reafirma a importância dos mercados emergentes, mas também sublinha a relevância crescente do Brasil nesse cenário dinâmico.