Zubeldía, que deixou o cargo recentemente, era conhecido por seu estilo casual e por uma atitude intensa durante as partidas. Sua presença era marcada por uma inquietude notável, que frequentemente resultava em cartões; somente nesta temporada, ele acumulou impressionantes 15 advertências, entre elas 14 amarelos e uma expulsão. Os torcedores, acostumados a essa postura dinâmica e até impulsiva, viram uma necessidade urgente de mudança diante de um cenário de descontentamento crescente.
Por outro lado, aquilo que se espera de Crespo é a adoção de um perfil mais sereno e estruturado. Durante sua primeira passagem pelo clube, que culminou na conquista do Campeonato Paulista em 2021, ele se destacou pela calma e pelo uso constante de frases motivacionais profundas, como “Onde não chegam as pernas, chegará o coração”, que ressoavam especialmente bem no vestiário. Essa abordagem mais racional rendeu-lhe apenas dois cartões em 53 jogos, evidenciando um controle emocional e uma gestão mais equilibrada do time.
Esteticamente, a diferença é igualmente gritante. Zubeldía era conhecido por sua “identidade visual” única, que incluía meias puxadas acima da calça e cabelos longos, realçando sua imagem mais despojada e até rebelde. Crespo, por outro lado, chegou ao Morumbi com uma imagem de sobriedade, vestindo um terno bem cortado e sempre impecável, manifestando uma postura mais formal que se alinha com seus objetivos de reestruturação e reconquista de confiança.
A saída de Zubeldía gerou um clima pesado no Morumbi, com crescentes vaias e críticas da torcida, culminando em sua decisão de renunciar. Agora, a chegada de Crespo promete uma nova era para o São Paulo, mirando em uma recuperação pautada pela calma e pelo discurso alinhado ao que os torcedores esperam: resultados e uma identidade reconquistada. A mudança, portanto, vai muito além das estratégias táticas; é uma reaproximação da essência do clube, com um compromisso renovado com a elegância dentro e fora de campo.