MST Mobiliza 17 Mil Trabalhadores em Defesa da Reforma Agrária e Reivindica Apoios do Governo na Semana Camponesa

Mobilização Nacional do MST Reitera Demandas por Reforma Agrária e Soberania Alimentar no Brasil

Durante a Semana Camponesa, em celebração ao Dia Internacional da Agricultura Familiar, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) conduziu uma significativa mobilização em todo o Brasil. Com aproximadamente 17 mil militantes presentes em 22 capitais, o MST reafirmou sua luta por direitos fundamentais sob o lema “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular!”.

As atividades iniciaram no último domingo (20) e ganharam força ao longo da semana, englobando marchas, atos, audiências, além de ocupações em terras, bancos, prefeituras e secretarias ligadas ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). O movimento também divulgou uma carta manifesto exigindo celeridade no assentamento de 65 mil famílias que estão acampadas há décadas.

Atualmente, do total de 122 mil famílias acampadas registradas pelo Incra, cerca de 100 mil pertencem ao MST. As reivindicações incluem a democratização da terra, a criação de novos assentamentos, o acesso à moradia e crédito para a produção da agricultura familiar, além de melhorias na educação no campo, reconhecendo a Reforma Agrária como uma política vital para a soberania nacional.

Além das manifestações locais, uma comissão de dirigentes do MST dirigiu-se à Brasília para dialogar com autoridades do governo federal. Durante encontros com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e com o ministro da Educação, Camilo Santana, as pautas incluíram o avanço das políticas públicas voltadas à promoção dos direitos das trabalhadoras do campo e o fortalecimento do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA).

Na quarta-feira (23), uma reunião decisiva foi realizada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abordando os desafios da Reforma Agrária sob a nova administração. Após a reunião, os representantes do MST expressaram satisfação com os compromissos assumidos pelo presidente em relação a algumas demandas.

“Caminhamos animados após o encontro com o presidente Lula, que se mostrou receptivo às nossas reivindicações, especialmente em relação à Reforma Agrária,” afirmou João Paulo Rodrigues, um dos dirigentes. Ele ressaltou a importância de discutir também a conjuntura política brasileira e os desafios que o Brasil enfrenta, especialmente em sua relação com os Estados Unidos.

Ceres Hadich, outra integrante da direção nacional do MST, destacou que as conversas incluíram temas de soberania e cooperação entre países que compartilham interesses semelhantes. Em um segundo momento, os dirigentes novamente abordaram questões cruciais da pauta, como a urgência do assentamento das 65 mil famílias acampadas há mais de 20 anos.

Dentre as medidas discutidas, foram ressaltadas ações imediatas para garantir o assentamento de 120 mil famílias cadastradas no INCRA, além da necessidade de recomposição orçamentária para o PRONERA e facilitação do acesso ao crédito para o desenvolvimento de cooperativas, visando aumentar a produção de alimentos saudáveis no Brasil. A mobilização do MST evidencia a insistência em uma política pública que valorize a agricultura familiar e a luta por direitos fundamentais no campo.

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