MST faz balanço de 2023 e demonstra apoiar gestão de Lula, mas sinaliza pressão por políticas públicas.



O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fez um balanço de suas atividades em 2023, em uma mensagem de ano novo divulgada neste domingo. A líder Ceres Hadich aproveitou o momento para fazer acenos à gestão de Lula (PT), referindo-se ao Palácio do Planalto como “nosso governo”. Ela também justificou as invasões promovidas ao longo do ano como uma forma de manter a autonomia do movimento.

De acordo com Hadich, o ano de 2023 foi marcado por reconstrução, retomada das esperanças, construções, possibilidades e resistências. Ela agradeceu o papel da militância na disputa institucional de 2022, que resultou na reconquista de um governo alinhado com os interesses do movimento. A integrante da direção nacional do MST ressaltou a importância de defender o governo com todas as forças, indicando que o movimento continuará pressionando por políticas públicas que atendam às demandas dos trabalhadores rurais.

Essa postura de acenos ao governo de Lula acontece em meio a um mal-estar anterior com o governo federal. Recentemente, o fundador do MST, João Pedro Stédile, divulgou um vídeo no qual afirmou que 2023 foi o “pior da história” para o movimento, o que acabou refletindo negativamente sobre a gestão de Lula.

Em resposta, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, rebateu as declarações de Stédile, afirmando que o governo retomou a reforma agrária em 2023, assentando 7.200 famílias e regularizando outras 40 mil. Teixeira destacou que esse número de famílias assistidas é o maior desde a paralisação das atividades em 2015, ressaltando que o orçamento para 2024 ainda é modesto. O próprio Stédile gravou um novo vídeo atribuindo as dificuldades enfrentadas pelo movimento ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O posicionamento do MST em relação ao governo federal mostra a complexidade das relações entre movimentos sociais e o poder executivo, indicando um cenário de pressão contínua por parte dos trabalhadores rurais em busca de políticas que garantam seus direitos e sua autonomia. A mensagem de ano novo divulgada pelo MST reflete a busca por diálogo e a cobrança por ações efetivas que atendam às demandas da população rural.

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