MPRN investiga perda de visão em pacientes após mutirão de cirurgias em Parelhas: possível falha na higienização é apontada.

Na manhã desta sexta-feira, dia 18 de outubro, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) emitiu um comunicado a respeito do caso envolvendo pacientes que perderam a visão após procedimentos médicos em Parelhas, município localizado no estado nordestino.

Segundo informações apuradas, 15 pessoas que participaram de um mutirão realizado pela prefeitura local foram contaminadas por uma bactéria, resultando na perda da visão de nove delas. O MPRN está investigando o ocorrido para determinar as causas dessa contaminação em massa.

De acordo com a promotora de Justiça de Parelhas, Ana Jovina de Oliveira Ferreira, houve uma negligência na higienização e esterilização do ambiente cirúrgico, o que propiciou a infecção nos pacientes. Ela ressaltou que ainda não é possível afirmar a origem precisa do problema, mas é evidente que houve falhas na esterilização do local.

Além disso, Ana Jovina mencionou que será investigado se o mutirão de cirurgias oftalmológicas teve alguma motivação eleitoral, já que ocorreu apenas 10 dias antes das eleições municipais. A presença de mutirões de saúde próximos às eleições não é proibida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), porém será averiguado se houve abuso de poder político nesse caso específico.

O MPRN recebeu denúncias sobre o caso, incluindo uma anônima, provavelmente feita por um familiar de uma das vítimas, e outras de pacientes e um vereador. A promotora destacou que a fase inicial de coleta de informações já foi concluída e agora a ênfase da investigação será determinar a responsabilidade pelos acontecimentos.

O incidente resultou na perda do globo ocular de nove pessoas devido a complicações em procedimentos cirúrgicos de catarata durante o mutirão promovido pela prefeitura de Parelhas. Os pacientes infectados pela bactéria Enterobacter cloacae tinham idades entre 43 e 80 anos e as cirurgias aconteceram em 27 de setembro, com os sintomas se manifestando entre 24h e 36h após o procedimento. O MPRN está empenhado em esclarecer o ocorrido e responsabilizar os envolvidos nesta triste situação.

Sair da versão mobile