A decisão de revogar as cotas para pessoas trans foi assinada pelo vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand. Inicialmente, as pessoas trans estavam incluídas nas cotas reservadas para minorias, com um mínimo de 10% das vagas destinadas a candidatos que concorressem ao sistema de cotas para Minorias Étnico-Raciais.
Ao ser questionado pelo Metrópoles, o MPF afirmou que a mudança ocorreu porque o ministério decidiu adotar apenas as cotas previstas na legislação brasileira vigente. Alegou também que aguarda a criação de uma lei específica sobre cotas para pessoas trans, o que justificou a exclusão dessas cotas no programa de estágio.
A ausência de cotas para pessoas trans também foi observada no Concurso Nacional Unificado (CNU), seguindo a mesma justificativa do MPF. Em janeiro, a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que estão discutindo no Congresso um novo projeto de lei de cotas no serviço público, com a intenção de ampliar a inclusão de outros grupos minorizados no mercado de trabalho.
Por outro lado, a reserva de vagas para a comunidade trans tem se tornado mais comum em instituições de ensino. Em outubro, a Universidade de Brasília (UnB) anunciou a criação de cotas para transexuais em cursos de graduação, juntando-se a outras universidades federais como Ufabc, Ufsb, Ufba e UFSC, que também adotaram políticas de inclusão dessa população. A decisão da UnB reflete uma tendência de maior preocupação com a diversidade e inclusão em ambientes acadêmicos.