Segundo os órgãos, a falta de oxigênio nas unidades de saúde representou uma tragédia humanitária, com 60 pessoas morrendo por asfixia em um único dia, de acordo com o Sindicato dos Médicos do Amazonas. A ação requer indenizações que chegam a R$ 4 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão para danos individuais e R$ 2,4 bilhões para danos sociais e morais coletivos.
Procurados pelo veículo de imprensa, União e prefeitura de Manaus afirmaram que ainda não foram notificados sobre a ação e irão se manifestar nos autos no prazo determinado. Já o governo estadual do Amazonas não se pronunciou sobre as acusações.
A iniciativa também busca que os responsáveis pela crise reconheçam publicamente sua responsabilidade e peçam desculpas aos familiares das vítimas. Além disso, exige o fornecimento de dados sobre os óbitos ocorridos durante o período, visto que o número exato de vítimas ainda não é conhecido.
A CPI da Covid revelou diversas omissões do poder público que contribuíram para a crise, incluindo a recusa do então presidente Jair Bolsonaro em aprovar um pedido de intervenção na saúde pública do Amazonas em janeiro, como afirmou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em seu depoimento.
Além do caráter indenizatório, a ação busca homenagear as vítimas e construir uma memória coletiva sobre a crise em Manaus. O MPF e a Defensoria solicitam a construção de um memorial físico em homenagem aos mortos e medidas para lidar com as violações dos direitos humanos cometidas durante o período de escassez de oxigênio na cidade.