O Diagnóstico Técnico-Participativo, elaborado pela Diagonal no âmbito do Plano de Ações Sociourbanísticas (PAS), apontou medidas urgentes e de consenso que devem ser implantadas prioritariamente em acordo com o Município de Maceió. Por meio dos ofícios expedidos, a Diagonal e a Braskem foram instruídas a elaborar um inventário do patrimônio cultural nos bairros afetados, lançar editais de fomento para apoiar atividades culturais desses grupos originários, desenvolver um programa de apoio aos grupos culturais pré-existentes e iniciar discussões com a Prefeitura de Maceió para disponibilizar um local temporário para ensaios.
Além disso, o MPF solicitou à Secretaria Municipal de Educação de Maceió que informe sobre a possibilidade de disponibilizar o prédio da Escola Municipal Dom Miguel Fenelon Câmara, localizado no bairro Jardim Petrópolis II, para a realização de ensaios pelos grupos culturais. As empresas e a Secretaria Municipal de Educação têm um prazo de 15 dias para apresentar uma resposta ao MPF.
Outra ação importante foi notificar o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maceió (Iplan) para que informe sobre o andamento do processo de contratação de consultoria especializada para revisão e atualização do Plano Diretor de Maceió.
No dia 1º de setembro, o MPF realizou uma reunião com representantes dos grupos culturais do bairro Bebedouro Quadrilha Junina Pé de Serra e Coco de Roda Reviver para tratar sobre a compensação sociourbanística. As procuradoras da República Juliana Câmara e Roberta Bomfim conduziram a reunião e explicaram que as demandas do setor cultural são prioritárias dentro do PAS.
Durante a reunião, os representantes dos grupos ressaltaram suas dificuldades, como a falta de transporte para os dançarinos e a falta de um local adequado para ensaios. Também foram discutidos temas como editais, a concorrência com grupos fictícios e a escassez de recursos para financiar apresentações.
A Quadrilha Pé de Serra, fundada em 1984, e o Coco de Roda Reviver, com 23 anos de atividades, são grupos importantes para a cultura local e estão empenhados em preservar e fortalecer o patrimônio cultural afetado pelo afundamento do solo causado pela Braskem.
O MPF espera que essas medidas contribuam para a preservação desse patrimônio cultural e para o apoio aos grupos culturais afetados, garantindo a continuidade de suas atividades e valorizando a diversidade cultural de Maceió. O prazo para as respostas das empresas e da Secretaria Municipal de Educação é de 15 dias, enquanto o Iplan tem 10 dias para informar sobre o Plano Diretor.