Os procuradores responsáveis pelo ofício, Julio José Araujo Junior e Thales Arcoverde Treiger, levantam preocupações com relação ao cumprimento de determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) que visam conter a letalidade policial em áreas urbanas. O documento questiona especificamente se as forças de segurança atenderam às diretrizes estabelecidas na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, também conhecida como “ADPF das Favelas”.
O MPF requisita uma série de informações cruciais para a análise da operação. Entre as questões levantadas estão a definição do grau de força a ser empregado, as justificativas formais para a execução da operação, o uso de câmeras corporais e em viaturas, a presença de peritos para a identificação de vestígios e a apresentação de relatórios detalhados sobre a ação policial. Além disso, o ofício pede esclarecimentos sobre a observância de horários de entrada e saída das escolas nas proximidades, a presença de ambulâncias durante a operação e o cumprimento das normas relacionadas a buscas pessoais e domiciliares.
A magnitude e os resultados da megaoperação geraram um debate acalorado na sociedade sobre o impacto das intervenções policiais nas comunidades cariocas. Com mais de 2,5 mil agentes envolvidos, a operação expõe não apenas os desafios enfrentados pelas autoridades na luta contra organizações criminosas, mas também as questões éticas e legais em torno do uso da força por parte do estado. A resposta do governo do estado será fundamental para elucidar os eventos que marcaram essa ação militarizada e suas consequências para a população local.
