MPF busca reabrir acessos públicos à Praia dos Morros de Camaragibe em Alagoas após bloqueio por empreendimento de aluguel

Em uma ação do Ministério Público Federal (MPF) realizada nesta quarta-feira (5), foi conduzida uma audiência extrajudicial com os proprietários de um empreendimento de aluguel por temporada na Praia dos Morros de Camaragibe, no litoral norte de Alagoas. O objetivo da reunião foi assegurar a reabertura dos acessos públicos à praia, os quais estavam sendo bloqueados por cancelas e guaritas, transformando a área em um espaço exclusivo para uso dos particulares. O procurador da República Lucas Horta foi responsável por conduzir o encontro, que faz parte de um inquérito civil sobre as restrições de acesso à praia, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) da Costa dos Corais.

A investigação realizada pelo MPF, baseada em vistorias técnicas e imagens de satélite, constatou que todas as vias terrestres de acesso à praia estavam obstruídas, impossibilitando a entrada de pedestres e veículos. Essa situação favorecia apenas os proprietários e hóspedes do empreendimento, persistindo desde pelo menos 2011. A Prefeitura de Passo de Camaragibe confirmou as irregularidades e informou que já notificou os responsáveis, demonstrando interesse em solucionar o problema.

Durante a audiência, o MPF propôs a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir a remoção das barreiras, a criação de um bolsão de estacionamento próximo à praia e o pagamento de uma compensação financeira pelo período em que a população foi impedida de utilizar a área. O procurador enfatizou que as praias são bens públicos e que gestões privadas não possuem o direito de restringir o acesso da população.

Caso os responsáveis pelo empreendimento aceitem a proposta, terão um prazo de 10 dias para manifestar sua concordância com o TAC. Caso contrário, o MPF tomará medidas judiciais para garantir a reabertura dos acessos. A Prefeitura também se comprometeu a revisar alvarás de empreendimentos na região que não prevejam acesso público à praia, realizando uma vistoria na próxima sexta-feira (7) para definir os ajustes necessários.

Além de violar as leis que garantem o livre acesso às praias, as restrições impostas pelo empreendimento vão de encontro ao princípio da função social da propriedade, conforme previsto na Constituição Federal. O MPF também identificou possíveis omissões do Poder Público Municipal e solicitou estudos adicionais para verificar a legalidade das vias bloqueadas. O órgão reiterou seu compromisso com a defesa do meio ambiente e do direito da população ao acesso às praias.

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