MPDFT move ação contra deputado Pastor Daniel de Castro por críticas a aula de cultura africana em escola pública do DF.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está movendo uma ação civil pública contra o deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP) por suas declarações polêmicas contra uma aula de cultura africana em uma escola pública do Lago Sul. As falas do parlamentar geraram repercussão em 4 de novembro, quando vídeos da aula de “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” do Centro Educacional do Lago Sul se espalharam pelas redes sociais.

Daniel de Castro acusou a professora responsável pela aula de incitar crianças a pronunciarem nomes de deuses de religiões de matriz africana em sala de aula, inclusive afirmou que ela realizava rituais de magia. Essas declarações levaram promotores do MPDFT a tomarem medidas legais contra o deputado, alegando que ele disseminou estereótipos negativos sobre as religiões de matrizes africanas.

A Justiça local negou o pedido liminar para a remoção do vídeo das críticas do deputado, argumentando que as informações já disseminadas na internet são praticamente impossíveis de serem eliminadas por completo. Agora, o processo aguarda manifestação das partes para dar continuidade.

Além da retirada do vídeo, o Ministério Público solicita retratação pública do deputado e um pedido de desculpas à professora, bem como sua participação em um curso de letramento racial. Uma multa de dano moral coletivo no valor de R$ 100 mil também é requerida, com metade do valor destinada ao Fundo De Direitos da Criança e do Adolescente do DF.

Em resposta, Daniel de Castro afirmou que suas ações estão no legítimo exercício do mandato parlamentar, visando atender às demandas de seu eleitorado e fiscalizar condutas de interesse público. Ele ressaltou sua defesa pela laicidade do Estado e sua disponibilidade para esclarecimentos.

O caso ganhou destaque pelas práticas e ensinamentos da professora em sala de aula, incluindo simulações de cerimônias de candomblé e propostas de cultos vinculados às crenças religiosas. Áudios gravados pelos alunos mostram orientações da docente sobre as práticas a serem realizadas, gerando debates sobre liberdade religiosa e laicidade do ensino.

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