De acordo com informações apresentadas à promotoria, a movimentação de recursos fora de suas destinações originais teria chegado a R$ 550 milhões. A investigação foi aberta a partir de uma representação da bancada feminista do PSOL na Câmara de Vereadores e está sendo conduzida pelo promotor de Justiça Silvio Antonio Marques.
Estes supostos remanejamentos de verbas estão sendo vistos como uma estratégia político-administrativa para impulsionar a campanha de reeleição de Nunes, já que as obras de recapeamento têm sido apresentadas como uma das maiores realizações de sua gestão até o momento. O programa, que teve início em 2022, já foi classificado pelo prefeito como “a maior obra de recapeamento da história da cidade”.
Além disso, o programa de recapeamento também tem gerado polêmica, especialmente após a contratação de 13 empresas por R$ 105,4 milhões para asfaltar vias históricas de paralelepípedo, o que levantou questionamentos sobre a necessidade e o impacto dessas intervenções em locais considerados patrimônio cultural da cidade.
Questionada sobre as investigações em andamento, a prefeitura de São Paulo afirmou, por meio de nota, que todos os remanejamentos orçamentários obedeceram à legislação vigente, citando leis federais e municipais que permitem a transferência de verbas entre diferentes dotações orçamentárias. A administração municipal se comprometeu a colaborar com as investigações e a prestar todos os esclarecimentos necessários sobre o caso.