MP investiga servidores de Guarulhos por venda irregular de corpo para falso médico em esquema de fraude processual

Investigação revela esquema de fraude envolvendo servidora pública em Guarulhos

Um caso alarmante envolvendo a Prefeitura de Guarulhos, localizada na Grande São Paulo, emergiu com a investigação do Ministério Público (MP) de Sorocaba. Dois servidores municipais estão sob suspeita por supostamente facilitarem a liberação irregular de um cadáver de um indigente, que foi utilizado em um enterro encenado pelo falso médico Fernando Henrique Guerrero. Acusado de homicídio e atuação ilegal na medicina, Guerrero orquestrou uma fraude audaciosa ao forjar sua própria morte para escapar da Justiça.

Documentos obtidos no âmbito do processo indicam que o corpo foi retirado de uma unidade de saúde municipal com a ajuda de funcionários do serviço funerário, que teriam sido remunerados por sua colaboração. Durante as investigações, descobriu-se que Guerrero não apenas simulou sua morte, mas também contratou os serviços de agentes públicos para viabilizar sua farsa.

Os registros internos da Secretaria de Saúde de Guarulhos mostram operações suspeitas que datam entre 6 e 10 de janeiro de 2025, período coincidente com a suposta data da morte do falso médico. Os dados indicam que um cadáver masculino sem identificação foi registrado, e logo em seguida, excluído, levando os promotores a suspeitar de um conluio entre os servidores envolvidos e Guerrero.

O documento que atestava a morte de Guerrero identificava um hospital inexistente como local de falecimento, e o enterro foi supostamente realizado em um cemitério que também não registrou sepultamentos na data indicada. Os relatos dos testemunhos revelam que um dos servidores recebeu ordens explícitas para liberar o corpo, alegando que a utilização seria para fins didáticos.

Com a descoberta da fraude, que se iniciou quando Guerrero foi identificado como signatário de um documento legal dois meses após a sua suposta morte, o juiz reverteu o reconhecimento do óbito e encerrou a liberdade condicional do acusado. O MP descreveu o ato de falsificação de certidão de óbito e manipulação de cadáver como um método sofisticado de corrupção administrativa, com preocupantes implicações para o controle público sobre eventos tão sérios quanto a morte.

Em resposta ao escândalo, a Prefeitura de Guarulhos instaurou uma sindicância interna, afastando preventivamente os servidores investigados. As investigações também foram ampliadas pelo grupo que investiga o crime organizado, que busca apurar graves delitos como falsidade ideológica e vilipêndio de cadáver.

Esse caso não só expõe falhas profundas no sistema de controle sobre a gestão de cadáveres, mas também levanta questionamentos sobre a integridade dos serviços públicos em situações que deveriam ser tratadas com a máxima seriedade e respeito. A sociedade aguarda mais esclarecimentos sobre a identidade do homem verdadeiramente enterrado no lugar de Guerrero e as reais motivações por trás da manipulação perversa desses servidores.

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