Na última quarta-feira, o promotor Moacir Tonani Junior, integrante da Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público do Estado de São Paulo, fez um apelo incisivo ao Metrô da capital, solicitando a suspensão imediata das obras de expansão da Linha 2-Verde. O pedido abrange especificamente o trecho entre Vila Prudente e Dutra, nas fases 1 e 2 da expansão, e requer a paralisação de todos os contratos com as empresas envolvidas até que uma nova estratégia seja definida.

A preocupação central expressa na recomendação é a segurança dos moradores nas áreas afetadas. De acordo com Tonani, as escavações para as novas estações e os poços de ventilação têm provocado danos estruturais sérios aos imóveis nas redondezas, colocando em risco a integridade física dos residentes. O agravamento da situação é esperado com a utilização do equipamento conhecido como Tatuzão, responsável por abrir túneis para o metrô.

Os impactos na vida dos moradores têm sido alarmantes: muitos estão sendo forçados a deixar suas casas sem aviso prévio, sendo realocados em hotéis por tempo indeterminado e sem informações claras sobre a duração de suas estadias. Essa situação não só resulta em insegurança habitacional, como também leva ao abandono de imóveis desocupados, vulneráveis a invasões e depredações.

O promotor ainda ressaltou que as medidas implementadas pelo Metrô para reparar os danos causados têm sido insuficientes, indicando uma falta de cuidado apropriado por parte dos responsáveis pelas obras. Para agravar a situação, as famílias afetadas exigem transparência e apoio, uma vez que muitos não têm recebido compensações adequadas pelos transtornos enfrentados.

Diante disso, Moacir Tonani estabeleceu um prazo de 30 dias para que o Metrô apresente um relatório detalhado sobre as famílias que foram realocadas devido às obras, incluindo informações como número de integrantes, idade, profissões e endereços originais, além de dados sobre as indenizações já concedidas.

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o Ministério Público investiga os impactos das obras de expansão da Linha 2-Verde. Em julho, uma investigação foi aberta após denúncias de moradores que relataram que suas residências estavam inabitáveis devido aos danos estruturais, com várias casas na área sendo interditadas por questões de segurança. As reclamações se intensificaram, com moradores atribuindo os problemas à passagem do Tatuzão, cuja perfuração deveria ser concluída até novembro de 2024.

A expectativa da Promotoria é que ações mais efetivas sejam tomadas, garantindo a segurança e o bem-estar dos moradores na região afetada, que, segundo as alegações do Metrô, está sob monitoramento contínuo para detectar qualquer anomalia nas estruturas dos imóveis ao longo da execução do projeto.