No entanto, Motta, em uma reviravolta surpreendente, admitiu que sua análise inicial foi precipitada e que a decisão final caberia, de fato, ao plenário da Casa Legislativa. Em suas palavras, “o plenário é que tem a legitimidade e decide para onde a Casa vai”, ressaltando a soberania do órgão. Essa mudança de postura ocorreu após questionamentos do deputado André Fernandes, do PL do Ceará, que é vice-líder da oposição.
A questão que envolve Carla Zambelli não é simples. A deputada foi condenada a uma pena de dez anos de prisão devido à sua envolvimento em um caso de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), uma situação que gerou enorme repercussão e polêmica na esfera pública. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, além de determinar a perda do mandato de Zambelli, também ordenou que ela começasse a cumprir sua pena de forma definitiva, enquanto um pedido de extradição foi encaminhado ao Ministério da Justiça, com a informação de que Zambelli se encontrava na Itália.
O fato de Motta ter declarado que não recebeu notificação acerca da prisão de Zambelli levou à sua interpretação inicial de que a Câmara não precisaria deliberar sobre a manutenção ou cassação do mandato. Ele alegou que apenas uma notificação sobre o bloqueio de sua remuneração havia chegado até ele. A situação, que continua a ser acompanhada de perto por líderes políticos e pela população, coloca a Câmara em uma posição delicada, gerando um debate acalorado sobre a relação entre decisões judiciais e o papel do Legislativo.
Em um momento como este, tanto a opinião pública quanto o corpo legislativo estão atentos às futuras decisões sobre o caso, que certamente irão moldar o cenário político nacional.