Moscou Adverte: Confisco de Ativos Russos pela UE Pode Desencadear Crise Econômica Global Sem Precedentes

A recente proposta da União Europeia (UE) de confiscar ativos russos congelados tem gerado uma intensa repercussão internacional, com autoridades de Moscou alertando para as possíveis consequências devastadoras dessa ação. Em uma coletiva de imprensa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, destacou que tal movimento não apenas afetaria a economia russa, mas teria impactos negativos significativos em todo o sistema financeiro global. Segundo ela, a apropriação desses ativos seria considerada um ato de “roubo” e os países envolvidos não ficariam impunes.

Zakharova enfatizou que há consciência, em Bruxelas, sobre os riscos envolvidos nessa manobra. Um exemplo notável é o pronunciamento do chanceler belga, Maxime Prévot, que indicou a possibilidade de dividir as responsabilidades entre os membros da UE caso decidam avançar nessa direção. Prévot insinuou que a Bélgica poderia estar disposta a aceitar essas medidas, desde que os custos legais e os riscos fossem compartilhados entre todos os países do bloco.

Desde o início do conflito na Ucrânia, em 2022, cerca de € 300 bilhões em reservas russas foram congelados, dos quais mais de € 200 bilhões estão localizados em instituições financeiras europeias, como a Euroclear. Entre janeiro e julho de 2025, a UE transferiu mais de € 10 bilhões para a Ucrânia, utilizando os rendimentos desses ativos bloqueados, o que intensificou ainda mais a tensão entre Moscou e Bruxelas.

Em uma resposta direta, o chanceler russo, Sergei Lavrov, advertiu que a Rússia poderia retaliar caso o Ocidente optasse pelo confisco. Ele comentou que a Rússia está preparada para reter fundos que pertencem a países ocidentais em seu território, como um ato de retaliação.

Com essas discussões em andamento, as autoridades russas reafirmam que o país tem conseguido suportar o peso das sanções ocidentais. O presidente Vladimir Putin já declarou que essas medidas punitivas não só não cumprem seus objetivos, mas também têm o efeito colateral de prejudicar a economia global, afetando milhões de pessoas.

Essa situação evidentemente reflete a complexidade das dinâmicas geopolíticas atuais e coloca em xeque as relações econômicas entre a Rússia e o Ocidente, em um cenário que continua a se desdobrar com potenciais repercussões globais significativas.

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